quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

De passagem

Olá, boa-noite. Aqui estou eu, bazando já de seguida. Conto voltar para o mês que vem → março, esse mês compridão e torturante. Deixo uma imagem múltipla como preenchimento do blogue, um blogue um tanto ou quanto desamparado nos últimos dias.

Lisboa, 28 de fevereiro de 2013

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Sonho

Hoje é o dia de 'sonhar acordado', disseram na radio.
Gosto mais de sonhar acordada, é um facto, assim sempre controlo o que desejo sonhar, que ficando à mercê do acaso sonho comigo cortando as orelhas à cadela com uma tesoura de bicos e por junto uma grande perícia, aparando daqui e dali. Vai daí, a pobre cadela ficou sem expressão... Tanto fazia levantar as orelhas, como quem me aguarda ansiosamente, ou levá-las para trás, como quem quer receber carícias na cabeça. Pobrezita. Ainda bem que era um sonho.

Agora, o dia no fim, não sonhei acordada, não foi dia para tal.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A pecaminosa que escreve...

Tenho tanto o que escrever... Já não bastava o meu livrinho que me está a cansar a tola, tenho de escrever dos pecados capitais. É o novo desafio da Pastelaria Studios Editora, escrever contos com base num pecado capital, um qualquer à escolha do autor. Ou vários. A ideia é lançar uma coletânea escolhendo 7 contos acerca de cada pecado, para isso acontecer escolherão 7 autores, o que perfaz um total de 49 contos. Desta vez a editora será mais exigente, o que me aguça bastante o apetite à escrita, e já devo estar a pecar um bocadinho, que isto da gula, pá...
Ao trabalho, então.

….................

São sete os pecados mortais; dez os mandamentos. Veja-se: dá mais trabalho a gente portar-se bem, temos mais onde trabalhar no bom sentido, ou seja: temos menos onde nos portar mal e mais onde nos portar bem, e aí vejo quão árduo é o bom e o belo.

Gula; Avareza; Inveja; Preguiça; Luxúria; Ira; Vaidade.

Obra amorosa

O que acharam da minha história?

Rica filha: - Eu gostei, mãe. É a melhor história que publicaste até agora.

Rico filho: Só li a introdução. (Aqui tive de o espicaçar...) É complexa.

Musa

Não sei se é arte. Os suportes de prato no móvel antigo.
….................
Não sei se é arte. Os livros em V.
….................
Não sei se é arte. O homem que escreve.
….................
Não sei se é arte. Os ramos presos no teto.
….................
Não sei se é arte. Os bambis de papel e corda.
….................
Não sei se é arte. Eu.

Busílis familiar

«Por causa dessa coisa do sangue é que eu me tornei dador!»

Tempestade dos sentidos

Quando há tempestade no ar os sentidos apuram-se. A visão para ver e ouvir os relâmpagos. O inalar de aromas que o vento traz na humidade. O sentir da chuva na pele. Falta o paladar... Teremos de provar a chuva, então.

Bilhete de ida e volta

A Amadora tem lugares assim. Eu bem disse* que havia sol e alecrim. Lagartixas: nada. Mostra-se outras coisas…



Amadora, 25 de fevereiro de 2013

*Linque

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Sobre a noite de ontem

Já aconteceu, o lançamento da colectânea 'Beijos de Bicos', da Pastelaria Studios Editora. E o meu conto lá no meio - Dias de uma grafómana (pouco) amorosa -, na página 275, desta vez lá variei de página. E pronto, o meu discurso foi... Diferente do anterior. Para melhor.

«Discurso de caca: Olá, boa-noite. Mais uma colectânea, a terceira, agora sobre o amor. Devo dizer que foi um grande desafio, porque não sou lá muito amorosa... Mas como tenho a mania que sei gosto muito de escrever, cá estou de novo. E a gostar. Gostar de escrever. Boa-noite, então.»

Não, este não foi o meu discurso, este pequeno texto é um rascunho que fiz para me organizar mentalmente acerca do que iria dizer. E o que disse foi um tanto ou quanto diferente disto, que a vida não ocorre - nunca - como se pretende. E acabou aqui a conversa do discurso. Isto porque hoje tenho o ego gordo: alguém das letras me disse que tenho um modo muito peculiar de escrever, não esquecendo de me olhar nos olhos e não usando qualquer tipo de rodeio. E eu entendi este comentário como um elogio, fiquei com o ego gordo e o resto do corpo leve. BB. Bem Bom. E  em simultâneo com a cabeça a estalar: oh céus, e se um dia eu desiludo esta senhora?!

Quotidiano Fragmentário

Publico hoje o texto que escrevi para o blogue 'rabiscos, rascunhos e limitada'.
há umas semanas, o qual já tinha anunciado aqui.

Quotidiano fragmentário

A Olinda pediu-me que escrevesse um artigo sobre o modo como 'escrevo aspetos do quotidiano de modo fragmentado'. Pois bem, vamos a isso.

O meu modo de escrever é tipicamente o de alguém que regista diariamente alguns momentos bons e/ou especiais com o intuito de não os esquecer, conferindo-lhes um toque pessoal e transmissível. Sou uma memorialista, é o que é.
Observo, observo muito, é bem verdade, aliás: sempre fui assim, e nos últimos anos tenho vindo a expor copiosamente as minhas impressões num blogue, repartindo-as em pequenas doses. Os momentos que quero registar são muitos, aparecendo amiúde, num frenesim constante, tanto que às vezes quase enlouqueço por tudo querer escrever, parece que a minha cabeça vai explodir com tanta informação, o que é comparável às pipocas estalando em lume brando, inchando e multiplicando-se, querendo saltar fora da panela.
Observadora como sou, devo dizer que inventar personagens não me apraz. Sei lá, sou apegada à realidade, não sei descrever o imaginado, e ademais o mundo fornece-me pessoas e estados d'alma suficientes para uma enciclopédia que nunca terminaria, ou, para ser mais concisa: nunca terminará. Há que ter calma e não deixar que se me expluda a cabeça, a ver se não me cessam os registos, portanto...
Como já se percebeu, adoro esta atividade literária de escrever episódio aqui e ali, e por junto possuo uma enorme vantagem: trabalho numa loja, na qual lido diariamente com toda a classe de pessoas, visitando algumas vezes os lares dos clientes, o que me oferece uma diversidade incrível de momentos que considero registáveis. Claro que também registo cenas da minha vida, e aí o blogue assemelha-se mais a uma espécie de diário online, mas talvez mostre um lado da minha personalidade mais sadio e bem-disposto se escrever acerca dos outros.
E vou escrevendo os ditos fragmentos do quotidiano, escrevo no computador da loja, ou aponto nos papelinhos, quando me sento nas esplanadas ou nos bancos de jardim, tanto faz, anoto as minhas pipocas, a bem dizer é isso, e depois, quando posso, desenvolvo, mas não sem que por vezes me pareça andar sempre à roda da mesma conversa. Tenho de marimbar, bem sei, tenho de me afastar da ideia de maçar os leitores com as minhas pipocas, tenho de não me autocriticar, tenho de escrever e acabou a conversa. E escrever pode ser muito bom, envolve-me num brilho, que difundo posteriormente a meu bel-prazer. Quero com isto dizer que consigo tornar o mundo superinteressante, caso o escreva. Eu consigo. Se for ilusão minha, pouco me importa.
Acerca da veracidade dos factos que apresento: uns são crus de tão verdadeiros, outros há que estão verdadeiramente melhorados ou não teriam piada, que comigo é tudo na base da verdade... Só por dizer que também minto, como agora.

Chocolate a dobrar

Loures, 24 de fevereiro de 2013

Baú

«A linha que delimita até onde posso ir afastou-se de mim, instigando-me a alcançá-la. Nessa tentativa estiquei-me tanto que me revelei loucamente. Não recuei. Não recuarei.»
22 de julho de 2008

Hoje acrescentaria:
Não posso recuar. Enquanto viver, jamais poderei fazê-lo. O processo criativo - neste caso: a escrita - é irreversível.

A propósito de costuras...

(… e de revistas...)

… Comprei uma revista fantástica com modelos tão ou mais fantásticos, onde se agregam moldes duma espetacularidade imensa e absurdamente... Brilhante.
Agora estou indecisa: não sei se faça o modelo ‘Simpatia’, ‘Conforto’ ou ‘Álbum a Solo’, uma vez que os modelos ‘Graciosidade’, ‘Tentação’ e ‘Elegância’ não são seguramente para mim.

Caixa de costura


Imagem retirada da revista Lisboa nº 4 de janeiro 2013, a qual foi entregue gratuitamente no meu balcão durante a semana passada. Obrigadinha. Lá dentro vinha um artigo acerca duma costureira do antigamente. É claro que gostei especialmente da lista de materiais da costureira...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Conversa entre escritoras

– Vais ao ginásio, mãezinha?
– Presumivelmente.
– E logo mais ir-me-ás buscar ao escritório?
– Efetivamente.

A tampa

O meu colega tem um caixote de lixo novo. Tem uma tampa azul - portanto é para papel – como que pujante, sustentável por si só, deixando que se mande para lá a papelada usando as duas mãos. Que fixe.

Variável desejada

Num dia desodorizante para automóvel...
– Não tenho.
Noutro dia espuma de barbear...
– Não tenho.

Então, 'migo, quando chega o dia de não me pedir artigos tão másculos?

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

1515

Não estou preparada para nenhum tipo de exposição. Verdade; verdadinha; verdadeira. O meu livrinho devia chamar-se
‘Ainda Bem que Ninguém me Liga...’

‘Ainda bem que ninguém me liga’ tem tudo a ver comigo. Posso anunciar ao mundo o (possível) título do meu livrinho...
Porque ninguém me liga.
E ainda bem.

1514

Não pergunto, apenas expresso o desejo: quero saber se o humor subtil é entendível. O meu.

No supermercado

Homem roda queijos curados nas mãos, deleitando-se no prazer do seu aroma especial e atentando nas cores e estado do processo de cura.
Mulher deambula, resignada. Tem um olhar baço e uma postura que reflete cansaço, talvez seja por isso que não se mantém quieta.
Homem, com cara de puto extasiado e feliz, pergunta:
- Queres levar?
Mulher levanta o olhar para ele e com uma seriedade desconcertante responde com outra pergunta:
- Aonde?

No gabinete

A esteticista que me trata da pilosidade facial com umas linhas cem por cento algodão vai-me ordenando que faça assim, faça assado, advertindo-me para que estique a parte superior do lábio ou ponha a língua aqui e ali, quando não retirará pele ao invés de pelos. Às tantas, a meio da trama, baralho-me. Quando assim acontece, pergunto sem rodeios:
- A menina agora quer que eu ponha a língua onde?!

44/5

Esteve aqui uma cliente que saiu dum apartamento na rua de cima para se casar e entretanto nunca mais havia retornado a este bairro. Já lá vão 44 anos, quase 45, diz ela, articulando bem os números por modo a se perceber a lonjura de tempo que isto foi.
E eu...
Bem...
Eu...
Que nasci por esses dias...
Gosto de pensar que nós duas começámos a mamar ao mesmo tempo.

1510

Ser pobre é ter uma enorme dor de cabeça e não ter dinheiro para comprar o analgésico.

Verbo furar

Veio cá um cliente perguntar se vendo furadores daqueles de furar e eu tive muita pena de não ter a grande lata de lhe dizer que só tenho daqueles que não furam e dos que furam nem por isso mas não tive essa lata às vezes não sou lá muito esperta.

Ah, é verdade…

… A minha prosa poética foi aceite, oh glória terrestre... Estarei incluída na lista de autores duma outra antologia, duma outra editora. E vão cinco trabalhos publicados!
Estou contente e grata mas incorro instintivamente numa dúvida, a qual espreita, persistente, manobradora. Falo acerca da existência de talento para escrever, uma vez que parece-me advir um facilitismo bem-vindo do ‘online’, essa coisinha hoje tão em voga. E depois diz-se que sim a tudo... E depois tudo é publicado... E depois os autores pululam na internet e nos livros de papel...

Artigo indefinido

Ofereceram-me uma revista feminina, daquelas produzidas a pensar nas jovens, tanto que tuteia as leitoras, dialogando assim mais ou menos como que despudoradamente e mais não sei o quê. Os trâmites da oferta são de somenos e o nome da revista é ainda mais insignificante. Na página 66, para ser próximo ao número da besta, há um artigo onde se ensina, por assim dizer, a não se contar tudo ao parceiro, que convém resguardo acerca dalgumas coisinhas. Fiquei logo a pensar que se iriam referir ao adultério e escapadelas ao matrimónio, aconselhando as jovens a que não se contasse nada disso, pois os cabrões sofreriam imenso com esse desvendar bravio.
Mas não.
A ideia é não contar aos pobrezitos que elas vão sair com as amigas para não os melindrar, ou que sabem preparar maravilhas na cozinha, para assim conseguirem surpreendê-los... Sempre. Para sempre.


Estranhamente, o ‘para sempre’ não cabe neste texto.

Sem título

O homem da cafetaria hoje está particularmente alegre e atencioso. Achou muita piada ao facto de eu hoje – supostamente – ter-me levantado mais cedo por causa de vir trabalhar de transporte público. É incrível o que um item da minha pacata vida faz na disposição dalgumas pessoas...

No consultório

Nomes, outra vez. Conheci a minha homónima. Foi giro. Quando percebeu que somos iguais olhou-me sorrindo, o sorriso da diferença. Eu sei que a última frase é no mínimo esquisita e no máximo antagónica (e até sei que há um termo técnico para isto das antagonices literais, só por dizer que não o tenho na memória) mas foi o que senti e foi giro. Ela demonstrou uma espécie de complacência, como comparando gerações, mais ou menos como eu faço quando o olhar duma criança me cativa pela simplicidade, fico aliviada da carga vivencial. Não sei explicar isto melhor. Foi giro e pronto.

No consultório

Nomes. Chamaram a Adelina. A Adelina e a Juventina levantaram-se da cadeira.
Gosto de escrever 'A Adelina', gosto de ver os Ás juntinhos, sem estrem erradamente nessa posição. É como se o afastamento lhes trouxesse infelicidade e eu, esta boa alma, soubesse o que fazer para manter essa infeliz infelicidade longe daqui. A Adelina.

...

(Adenda)

Às vezes estrago as minhas criações literárias. Sei lá, tenho a mania, ou isso.

No consultório

As narigudas são amigas. Uma baixa; outra alta, como se quer; como convém. Os narizes em comum, quero eu dizer, que nas relações pessoais é necessário pontos tocando-se. Ficava mais bonito chamar afinidades a este caso dos narizes a tocarem-se mas não mexo mais para não estragar.

...

Quando o descontentamento provém de algo absurdo, a vida torna-se risível. Eu cá, acho.

Apontamento necessário, agora a solo

Quando escrevo tenho de saber o que está dentro da cabeça da outra gente.

A viagem

De manhã vim de transporte público. Chovia. Quando entrei na camioneta enfiei inadvertidamente o meu chapéu-de-chuva no chapéu-de-chuva do motorista, que o tinha ali ao pé. O bicho zangou-se, que eu bem vi, lá dentro da cabeça dele, claro, fez para ali uma cara de mau... Marimbei, paguei e segui. Sentei-me. Apoiei o chapéu-de-chuva no banco da frente. Logo se senta uma jovem que se encosta ao cabo do mesmo e se desencosta como se tivesse tocado numa placa a escaldar. Olhou para o lado, não para trás, para mim, antes para o lado, mas como querendo olhar para mim e mostrar-me a ruindade no seu esplendor. Foi assim, foi, que eu bem vi, zangou-se comigo dentro da cabeça dela, por causa do meu chapéu-de-chuva.

Apontamento necessário:
Quando escrevo tenho de saber o que está dentro da cabeça da outra gente.

Olá bom-dia!

Bom dia, mesmo bom-dia. Já choveu a cântaros, só não choveu picaretas. Continuo nos lugares-comuns...
Tenho de trabalhar, quando não o patrão despede-me e depois instala-se a crise na minha vida. Já cá venho.

Lugares-comuns

Olá bom-dia! Está de chuva, as pessoas andam cabisbaixas, sonolentas e desalentadas. Está de chuva mas faz parte, não fora a chuva e a gente comia o quê? Bem vistas as coisas: a gente come o quê? Então e a crise? Estás feliz e satisfeito? Se não estás, não te acomodes, faz alguma coisa, movimenta-te!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

1496

Tenho uma história para escrever. Sei que sei escrever uma história mas não sei como escrevê-la. É um pensamento estúpido, bem sei. Sabendo escrever uma história saberia com certeza como escrevê-la. Mas não sei. E o que sinto resume-se a isso.
Factos concretos: ao momento tenho a dedicatória preparada (não creio que lhe volte a mexer), o título escolhido (talvez o altere uma dúzia de vezes, para aí) e três ou quatro capítulos alinhavados (com princípio mas sem meio e sem fim).
Um verdadeiro desalento. A minha vida de escritora é um sufoco.
Escrever para outros lerem, escrever um livro, é bem diferente de escrever posts num blogue. Para escrever o meu livrinho tenho de me esfalfar para parecer uma esmerada escritora, cheia de requisitos e qualidades várias que me permitam percorrer o sinuoso caminho da escrita inteligente, atentando em pontinhos específicos que despoletarão vívido interesse na mente do leitor. E no blogue... Posso escrever o que me der nos cornos. Tão somente. Porra para isto de escrever. Escrever livros.

Blogue inútil

Até que ponto me é necessário registar pensamentos. Pergunto.

...

Dramatizar é dizer que os homens não me entendem.

Quadrado

Enquanto houve tempo. Houve tempo. Tempo. Sobrava. Escreveu oitos pelos quarteirões, com passadas leves e infelizes, apetecia-lhe andar.

...

Se vivo apaixonada? Homessa, claro que sim. Que seria feito do prazer imenso, então? Habituei-me a deixar-me inflamar, tanto que agora dependo dessas labaredas desordenadas para ser vivente.

Jantarinho fácil: pizza

- Olhe, faça o obséquio: corte a pizza em fatias simétricas que eu sou muito esquisita.

A vida simples da passarada

Aqui há voos rasantes de passarinhos. Passarinhos livres. Só tem de haver silêncio durante alguns minutos, o que não é incómodo nenhum, e esperar. Perto do meio-dia há chilrear em conjunto, apelam ao restauro, quiçá. Ao entardecer, então, nem se fala, cuidam de acabar com o mundo, tal é o frenesim. Depois escurece e não se fica a conhecer mais nada. A não ser que no dia seguinte haverá mais do mesmo. A certeza do futuro. É a vida simples da passarada.

Porque sim

Se eu tivesse o que fazer não estaria neste estado... Basicamente: deplorável, uma vez que me encontro inerte e à deriva.

Lisboa, 18 de fevereiro de 2013

Fingir não custa, custa é fingir que estou a fingir.

Nova versão da vítima*

Se não queres vir comigo é porque não sentes as mesmas saudades que eu.

*linque

Que giro

Tenho o sorriso
duma senhora
amiga
duma senhora
que me disse:
'tem o sorriso
duma amiga minha'.

Mulher feia

A tertúlia na mesa de café incidia gravemente sobre a fealdade dalgumas mulheres. Era demonstrado o marcado desinteresse e repulsa que a falta de beleza no feminino consegue no mundo dos homens. E eis que entra um espécime do infeliz grupo: uma mulher feia, sem que eles dessem por isso, que estavam tão distraídos...

Olhos

Quero comprar um t-shirt verde para condizer com os óculos, que o meu desejo mais premente é parecer folclórica.
Comprei uns sapatos azuis. Posteriormente à compra da tal t-shirt verde, intentarei, alfim, no visual folclórico.

Olhos

Pergunta
o homem dos óculos vermelhos:
'Quais são os melhores óculos: os meus ou os seus?'
Responde
a mulher dos óculos vermelhos:
'Bem… Os seus são mais antigos, devem ser melhores.'

O que
o homem dos óculos vermelhos
queria era dizer
à mulher dos óculos vermelhos
é que os óculos dela :
'ficam-lhe extremamente bem'.
E disse.

Ontem esqueci-me de dizer...

… Que aquando da ida ao centro comercial, a minha parte snob não me permitiu gostar de estar presente no armazém Primark.

Ontem esqueci-me de dizer...

… Que ouvia esta canção* três vezes seguidas, porquanto gosto dela por demais.

*linque

Sonho

Sonhei com a minha blusinha dos folhos a ser feita e eu a não dar conta da cosedura dum folhinho e um mestre qualquer ou assim a dar-me na tola porque eu não sabia fazer aquilo e mais não sei o quê.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

De fugida

Se não queres ir comigo é porque não tens os mesmos sonhos que eu.

Blogue triste

Um dia dei com um blogue onde a autora se despedia da malta alegando que escrevia apenas quando estava triste e que nem por isso era uma pessoa triste e assim dava-lhe a impressão de estar a dar a impressão de ser um pessoa muito mais triste do que na realidade era.
Com esta entrada toda, nada repetitiva e espetacularmente bem escrita, o que quero dizer é...
escrevo muitas tristezas mas 
não vou embora 
por causa disso.
Escrevo alegrias
de quando em quando.
Digamos que fiz uma comparação com a blogusita para não me sentir sozinha e sentir-me diferente. Tudo isso assim como que à mistura.

...

A artista... Calma, não sou eu, a artista d' agora é outra, é insatisfeita. E não sou eu. 
Pronto, ok, vá lá, eu sei que não se percebe nada. Mas não faz mal, sou anónima na blogosfera. Sou. Anónima. Na. Blogsfera. Ponto final. Fim.

CC

Deambular pelo centro comercial de cabeça molhada não é sinal de asseio. Não, num dia chuvoso.

Ah ganda som!

Quando ouço os acordes deste tema vejo-me no carro, conduzindo por aí. Porque eu ouvia este tema no carro, claro, enquanto conduzia mais ou  menos sem destino e mais ou menos sozinha. Porque eu tinha este cd no carro e não em casa, também por isso. E entretanto o cd perdeu-se. E depois, ontem, para ser exata, dei com este vídeo no youtube. Não ouvia esta canção há muito tempo. Muito tempo mesmo. Gostei de a recordar, tem umas inerências especiais..


Sumo de laranja

Preciso de:

laranjas; água; gelo;
espremedor de citrinos; copos; jarro;
e...

Vontade.


Loures, 16 de fevereiro de 2013

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Perguntinhaeocaraças

Euqueriasaberseénormalhavercascasdecebolaatrásdofrigorífico. Queriamuito.

Como é que é?!

Sabes como é quando vês que o aspirador está cheiinho de pó?
Se não sabes devias saber.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Conversa entre escritoras

– Partes neste momento, mãezinha?
– Sim. Lamentando profundamente...

Recorrente(mente)

– Isto aqui é uma drogaria?

(Não, é uma casa de fados. Assim que anoitece o guitarrista aparece vindo de nenhures e põe-se a afinar a guitarra enquanto eu afasto os balcões. Devido a esses sons melodiosos – lamirés de guitarra e arrasto de móveis - o público vai aparecendo e, conquanto o mesmo permaneça, vou cantando alegre e prazerosamente. Quando todos vão embora arrumo tudo até altas horas da madrugada. A isso devo as minhas olheiras. E é por isso que chego sempre atrasada.)

Desabafo

Urge a mudança. Uma mudança que não seja fomentada e empreendida por esta que escreve.
Urge também (mas não tanto, é um facto) o aparecimento de alguém por estas bandas com quem esta que continua a escrever troque palavreado agradável, não necessariamente algo desmesuradamente inteligente, qualquer coisita mais ou menos suave e atenciosa chega para o gasto.

É que as pessoas e situações têm-se mostrado iguais e repetitivas e eu tenho os níveis de insatisfação pela hora da morte.

Nova faturação

Os meus apontamentos manuscritos deslizam amiúde para uma espécie de gruta cuja entrada obscura é filamentar e poeirenta. Pouco desejável para escorregadelas, portanto. Eu cá, se fosse aquele aglomerado de folhas escrevinhadas à pressa, não escorregaria por ali abaixo.
Mas não sou.
E a história podia acabar aqui.
Mas não.
A minha ideia era todos aprendermos a faturar devidamente com base nos meus rabiscos, e tendo-os à vista para consultas melhor seria.


Desisto.
Escondi-os.
Um dia destes destrui-los-ei.
E pronto.

Leitura

Vou para aí a meio do livro 'O Gosto Proibido do Gengibre' de Jamie Ford. Não estou lá muito entusiasmada com a leitura, o desenrolar é lento demais para a minha sofreguidão e, principalmente, para a minha habitual desconcentração. Para além disto, alguns diálogos não se coadunam com a realidade, o autor põe crianças de doze anos falando com vocabulário de adulto (ou então é culpa do tradutor, não sei) e atitudes demasiado crescidas. Mas vou lendo, sou teimosa, e sei que nem todos os livros me agradarão de sobremaneira. Há livros e livros. E há livros.

«A empregada trouxe um novo bule de chá, e Marty encheu a chávena do pai, servindo uma outra a Samantha. Henry, por sua vez, serviu a de Marty. Era uma tradição que Henry prezava, nunca encher a própria chávena, encher sempre a de outra pessoa, que retribuiria o favor.»
(página 118/119)

Nota importante: no excerto que transcrevi as personagens não são crianças.

Resquícios de Carnaval

Cheguei a casa e não havia sinal da presença física dos ricos filhos. Chamei, chamei... Nada. Na mesa da cozinha havia um papel com um recado sucinto, tão ao jeito do rico filho:

Saímos

DG

Calculei que tivessem ido ao enterro, em Loures há a tradição de se fazer o enterro do Carnaval, uma festa onde se veem muitas 'viúvas' e/ou 'carpideiras' fazendo um alarido do caraças (caraças, tudo a ver...) e mais não sei o quê. Mais tarde percebi que a minha ideia de os ricos filhos terem ido ao dito enterro estava certa.

Resquícios de Carnaval

Passou por mim um homem de colete preto cravejado de brilhantes, chapéu de aba larga e casaco amarelo. Do resto da indumentária, quiçá a mais interessante, não tomei nota.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Valentim

Loures, 14 de fevereiro de 2013

Valentim

Tenho um namorado novo. Diz
'Curioso...'
a cada observação minha. Faz-me sentir inteligente e especial.

Valentim

Neste dia fui assolada pelo fogo da paixão → tive calor, muito calor.

Pecado Capital

Não esqueceram a luxúria. Grata. Folguedo.
Ou então não, antes não querem esquecê-la.

...

Sou mulher para me agarrar com muita vontade ao travão de mão.

Ai o amor...

«Sabedoria não é loucura, postura não é altura, viver não é bagunça, sonhar não é dormir, correr não é chegar, ter você não é sofrer, paixão não é razão, amor não é contradição é simplesmente toda explicação.»

Paulo Laet

Fonte: pensador.uol.com.br

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

...

Mais ou menos assim como quem anda muito feliz. Mais; menos: parece-me bem. Muito: porque sim.

...

Neste minuto: não sei escrever nem sei nada sobre escrever.

De nariz empinado

O homem revelou-me que andou noutro dia de nariz no ar inspecionando as árvores da avenida, concluindo depois que algumas estão podres, ou mortas.
Deixei-me estar sossegada no meu canto, não tenho nada que andar para aí armada aos cucos. Se fosse nesses dias de armação tinha feito um espanto do caraças, olha eu a imaginar-me sozinha neste mundo de observâncias inúteis, pouco me importando com o que dizem os olhos das pessoas e mais isto e mais aquilo. Mas não, nada disso, este é um dos dias de me portar benzinho.

Primeiros poemas

Ontem lá enviei a pequena biografia que tanto pedem. Enviei o que não queria, está uma narrativa do estilo: ‘Gosta de música; gosta de dançar?’. Eu queria era enviar isto:

Acabou o Carnaval...

… Portanto: o homem de colete e óculos de aviador mais a mulher de nariz vermelho já não estão mascarados. A dura realidade subsiste: há mascarados todos os dias.

Profiteroles à minha maneira

Há meses que ando para fazer profiteroles. De vez em quando encontro receitas nos livros ou revistas que folheio, ou, vendo os meus programas de tv favoritos, lá estão os pasteleiros confecionando uma massa mole e amarelada, e o processo é o mesmo, sistematicamente. Com o desenrolar do tempo, de tanto ver livros, revistas e tv, concluí que esta massa dá para fazer os almejados profiteroles, bem como sonhos, churros, bolas de berlim, tortilhas, massa de rissóis, fritos de canela (sugestão da minha sogra) e bolos doutros nomes que não decorei, sendo que a dita massa é sempre confecionada da mesma maneira, apenas mudando a introdução ou não de ovos, modo de cozedura; o recheio e/ou a cobertura.
E os meses iam passando e a minha vontade de experimentar ia crescendo e depois esmorecendo. Até um dia. No domingo lá me aventurei usando a receita de toda a gente, por assim dizer, bem como o recheio dos profiteroles, que através do mesmo processo, ou seja: puramente observando, percebi que não passa dum vulgar creme de pasteleiro. Então e aquele soberbo molho de chocolate que escorre por cima dos profiteroles? Nada que um pouco de chocolate e natas (vulgo ganache) não resolvam...
Receita abaixo da foto.


Massa

½ cup de água
½ cup de leite
1 noz de manteiga
1 pitada de sal
1 casca de limão
1 pau de canela
1 cup de farinha
4 ovos

Levar ao lume todos os ingredientes exceto a farinha e os ovos. Quando levantar fervura introduzir a farinha toda duma vez e mexer vigorosamente até formar uma bola.
Retirar do lume e colocar a massa na batedeira até arrefecer um pouco. Aqui aconselho que entretanto se confecione o creme de pasteleiro (ver receita abaixo).
Depois de a massa arrefecer um pouco juntar os ovos um a um, batendo bem entre cada adição. Quando pronta, introduzir a massa num saco de pasteleiro com o bico redondo e formar pequenas bolas espaçadas entre si, num tabuleiro forrado a pepel vegetal.
Colocar em forno quente durante 30 minutos. Os profiteroles têm de estar bem dourados e estaladiços, só assim aguentam o recheio.

Recheio

¼ lt de leite
1 vagem de baunilha
3 gemas
100 gr de açúcar
2 colheres de sopa de farinha (não rasas)

Num tachinho colocar o leite e a vagem e levar ao lume.
Entretanto numa tigela bater as gemas, o açúcar e a farinha.
Quando o leite estiver bem quente, mas sem que esteja fervendo, junta-se a mistura de ovos e mexe-se até engrossar um pouco. Assim que fizer bolhinhas, retira-se do lume imediatamente para não talhar.
Logo que os profiteroles estejam em maneiras de lhes poder mexer, abrir um furinho e introduzir o recheio com a ajuda dum saco de pasteleiro. E falta o molho…

Molho

Cozinhar em banho-maria 200 gramas de chocolate e 200 mililitros de natas até tudo se dissolver. Depois… Regar os profiteroles! Açúcar em pó como toque final também me parece muito bem…

Bom apetite.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Tenho uma amiga…

Tenho uma amiga que diz ser muito boa a dissimular sentimentos. Concordo em pleno, nunca sei o que ela está a sentir.

Pimeiros poemas

Sabes como é tu olhares para a tua obra literária e achares que não se aproveita uma linha, uma palavrita, um sinal... Nada? Quando estás tão confuso que olhas para aquele monte de letras que tu criaste pensando que irias conseguir dar uma forma capaz e afinal lendo e relendo, cortando aqui, colando ali e acrescentando acolá não lhe encontras nenhum sentido... Justo? Normal? Entendível?
Se não sabes devias saber.

 Tenho andado de roda da pequena biografia que é preciso enviar para a antologia... É difícil escrever concisamente... Oh céus!

E por falar em livros e em costura......

«Dorothea Leneufville, de lábios franzidos, vincada a fronte por uma ruga denunciadora de mau humor, dá mil voltas a dois metros de larguíssima fita sobre uma carcassa de palha de forma extravagante. Em frente d' ella, na mesa, accumula-se um montão de flôres, de plumas de alfinetes lantejoilados, todo um material de modista, que destoa da elegante salinha onde se entrega sómente ao trabalho de enfeitar o chapéo.»

'Em volta d' um testamento', M. Maryan

Este livro tem o nome da anterior dona escrito à mão, numa caligrafia corrida e não muito legível (veio daqui) e está datado de outubro de 1944. Gosto bastante da exposição e ainda gosto mais da ortografia. Tudo em antigo, romântico, até.

Por andar a mexer nos livros...

A pétala

Nada tão suculento
quanto a tua
saliva

A maresia salgada
do teu pénis

O suor abero da tua nuca
incerta

A pétala

Maria Teresa Horta

(E eu achando-me uma descarada quando escrevo umas coisinhas menos próprias... Ora, ora!)

Viés

O Carnaval passa-me ao lado, é um facto. Dá-me jeito o feriado - sim, pertenço ao grupo dos felizardos -, faço umas coisas diferentes cá em casa, aquele tipo de coisa que se vai deixando andar: costurar pequenas coisas, passar a ferro a toalha do Natal que anda dentro do cesto há mais dum mês, decidir onde pendurar aquele quadro ou limpar o pó atrás dos móveis ou ainda arrumar as prateleiras de livros. Não saio de casa neste dia, aí está uma tradição. Há corso nas ruas de Loures, logo: há confusão, quer se ande a pé ou se saia da cidade. Ademais, há frio, muito frio.
Carnaval? Hum-hum, gosto, mas passa-me ao lado.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Vinho feito a martelo

Nota prévia:
Apresento hoje os poemas que fiz noutro dia (ver aqui) e que eu própria ainda não tinha lido. Respeitei todos os versos, não respeitando porém as quebras de linha, por uma questão puramente estética.
Li os poemas, finalmente, li-os enquanto os transcrevia para este blogue. Foi um processo criativo que se desenrolou duma maneira estranha desde o início. Às vezes acontecem-me cenas invulgares em matéria de letras, o que é benéfico, fico com a mania que tenho parte com o meio literário e sou inclusivamente muito boa no ato de escrever. Tanto que me sinto arrepiar.

Poemas no auditório

::::::::::

Um bocadinho
Aqui
Estou um bocadinho
Aqui
Palavrinha ali e
Aqui
Vidinha
Aqui
A tua vidinha
Ali.

Números,
Números
Aqui
Registos são
Aqui
Eu quero é livros
Aqui
Falem das letras
Aqui

::::::::::

Escrever assim
Como?
Com os números
Faturação
Recibos,
Notas de crédito,
Faturas simplificadas
R; NC; FS
AT
AT?
Sim.

::::::::::

O meu sonho é ser um sonho
Escrever unicamente
As quimeras do coração
Deixando de lado
A ciência e a precisão.

:::::::::

Sonho ser mulher
De sonho
De sonhar
De quimera
Do coração
Sem contraponto
Com emoção
Sem cabeça
Sem ciência
Coração, coração.

::::::::::

Menina do rim
Menina da mãe
Operação
Troca
Amor
Partilha.

EU

Eu não sou. Faço-me.

A julgadora

A professora primária (não sei) lê um livro que não lhe pertence. (não sei) Está na pausa de almoço. (não sei) Bebe café sem açúcar. (não sei) Daqui a nada levanta-se (não sei) e vai dar as aulas da parte da tarde. (não sei) Lê o livro que retirou da prateleira, (não sei) recolocá-lo-á (não sei) assim que se esgotar o tempo de pausa. (não sei) Tempo esgotado (não sei), a senhora levanta-se e circula pela livraria, procurando a prateleira (não sei) de onde retirou o livro. (não sei) Dobra-se muito e estica o braço, pousando o livro lá bem ao fundo com o intuito de o esconder (não sei) e a ver se ninguém dá por ele (não sei) e assim amanhã...
Amanhã
fará
o
mesmo. (?)
Não
sei.
(?)

Empregabilidade

Mal empregada e desempregada não são bem a mesma coisa. Mas quase.
Ou então não é nada disso, apenas desejo demonstrar o quanto sou culta, quiçá erudita, tanto que sei dum vocábulo que não lembra a ninguém: empregabilidade. Vede título, por favor. Grata.

O dia disto e daquilo, futuramente falando

Agora é Carnaval. Depois virá a primavera. A seguir chegarão feriados pra caraças. No 25 de abril e 1 de maio falar-se-á de trabalho ou isso. Vai daí chegarão os santos populares, a praia, as férias, a viagem. A viagem.

1442

A montra mudou de vestido. É azul e branco. Mais azul que branco. É curto, rodado e apresenta um bolero de manguinhas curtas no mesmo padrão. Tem a primavera nas cores, no modelo, no florido. E está tão desfasado do mundo; do presente, que arrepia. É inverno, agora. Há vento gélido e chuva fria. O inverno ocorre num arrepio só. Descanso somente enquanto durmo. Ah, o dormir... Essa inconsciência divinal.

1441

Então é assim:

Eu nunca iria digitalizar um pedaço de papel higiénico, não senhores, que tenho outras coisinhas para fazer.

Na imagem:

São pingas de rosas, desenhadas por mão firme, capaz. Isto não é um pedaço do papel horrendo que lembra imundície, nunca na vida. Apenas me estou a servir desta imagem tão especial para ilustrar a capicua, que me lembra o quarenta e um e um ano para lá de infeliz, tão mau que o relaciono com... Papel higiénico.

Atropelo

Fui interpelada no meio da rua por uma senhora que desejava saber 'onde se anda com os carros'. Sim, isso mesmo: 'onde se anda com os carros'.
Não vou desenvolver a conjuntura, pois perderá a piada. Pensando bem, desenvolvo um pouquinho, vá, digo que o vento que corria naquele descampado de cimento era imensamente gelado e a vontade de não parar a marcha era tão premente que me faltou a paciência.

Cheirinho

Os clientes cheiram mal. A empregada de balcão idem, só por dizer que não quer saber de nada disso.
Calma, o leitor não se apresse em sair daqui que o cheiro não chegará até aí, a tecnologia não está tão desenvolvida assim.

1438

Não há nada mais sensual que uma rapariga promíscua, deixem-se de coisas. Note bem: uma rapariga. Quando a juventude a abandonar acabou a sensualidade, passará a ser mais uma puta e acabou a conversa.

Bê-á-bá

Olha, agora anda a achar-se má mãe! Já me viram isto? Ainda não percebeu que ser uma mãe ruim passa pela total despreocupação em relação à prole, nunca o contrário.

|ogpoeee|

A memorialista

«Bem... Eu vou almoçar, ó Gina.»

?!

Eu gosto de contornar o grampo. E tu?!

Lisboa, 11 de fevereiro de 2013

Hoje já foi dia...

… Para vir aqui um cliente 'introduzir' outro. A expressão é dele, que eu cá não disse nada.

1, 2, 3

O dia d' hoje tem lógica. 11/02/2013

Olá, bom-dia!

Que saudades de fazer um início de dia em termos de blogue tão à maneira como este.
Olá, bom-dia!
Já chove. Chove em cima de tudo e todos quantos estejam debaixo de céu aberto. Eu estou 'à abrigada', como diria a minha mãe, a alentejana mais fantástica que conheço. Portanto: apenas sinto a chuva através do olhar, nada de sentires na pele ou isso.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

1431

Fugir para um lugar onde as pessoas não têm doenças.

Novidade

Enviei um texto meu para uma editora que procura autores para integrar uma antologia poética. Poética. E eu enviei um texto... Um tanto ou quanto poético.
Pediam que se disponibilizasse o endereço do blogue, caso se possuísse um. Assim fiz.
Agora estou preocupada. Não quero mas estou.
Não estou habituada a que os que mandam em editoras me cusquem o blogue.
Raríssimas vezes estou preocupada com a qualidade dos posts que crio.
Marimbo se isto aqui é uma aberração literária.
E agora estou preocupada.

A memorialista

Colocou um vestido amarelo canário. Corte direito, manga quimono, grandes enchumaços nos ombros. Nas pestanas: rímel. Nas bochechas: uma corzinha amorenada. Nos lábios: somente um brilho.
Disseram-lhe que assim iria bem, foi o conselho antecipado que ouviu. Do conselho. Da imaginação. Daí não passa.

Tenho um amigo...

Tenho um amigo que não diz que sabe escrever. Não consegue, embaraça-se, julga ser duma petulância imensa quem se auto proclama como escrevedor.
Eu digo-lhe, olha lá, escrever é escrever, tu escreves, ponto final.
Não, diz ele, eu vou tendo as ideias e pode ser que um dia escreva.
Um dia ainda lhe digo que tanto embaraço me soa a falsa modéstia.

Pedras

O rico filho pediu ao pai que não pusesse amendoins na carne frita porque era como encontrar pedras no prato.

A memorialista

«Estás no meu coração e não pagas aluguer.»

Foi para o lixo.
Para não ir para o lixo,
mesmo para o lixo,
aquele lixo,
lixo, lixo, lixo,
fica aqui.

Compra-me coisas

Mãe, quando passares naquelas lojas baratas compra-me coisas giras para eu pôr na cómoda, que está tão vazia... 

(Não acho nada vazia... Ai esta juventude...)

Loures, 10 de fevereiro de 2013

Como um feriado nacional...

... o dia de fazer profiteroles; primeira vez na vida; saborosos; bons de verdade.

Loures, 10 de fevereiro de 2013


sábado, 9 de fevereiro de 2013

Porque é que tens um blogue?

É uma boa pergunta. Tanto que devia vir naqueles questionários agregados aos selos meritórios que circulam pela blogosfera. Se esta minha ideia fosse avante creio que poucos bloguistas refeririam o alter-ego que desenvolvem com a escrita.
Eu, bloguista, não tenho medo de confessar esses sentimentos menos nobres, ou de mostrar um pouco – ou mesmo muito - do meu lado perverso. Aqui, no blogue, escrevendo, se é que me faço entender.

Pontuação

Solidão:
Não está ninguém aqui.
Não está ninguém aqui!
Não está ninguém aqui?
Não está ninguém aqui...

Paixão

Diz que (ouvido na radio) quando estamos apaixonados a nossa vontade é lamber o alvo da nossa paixão. Incondicionalmente, convém-me acrescentar. Ora bem... A minha cadela está apaixonada por mim.


Loures, 9 de fevereiro de 2013

O meu baú e canções doutros tempos

::: Poesia ::: Prosa :::

Isto é o melhor que consigo em matéria de poesia:

Mergulhei o pau de canela
Na densa espuma de café
E bebi com prazer refundido

...

Entrei num sítio aconchegante. Respondendo ao meu pedido simplório, uma menina estendeu-me uma chávena de café fumegante e perfumado. Rompi o espesso creme que flutuava em cima do café com o pau de canela. Esta especiaria confere um sabor sublime ao café. Hum... que delícia.


Eu não sou poeta, Carlos Paião

Quem me dera saber
Fazer versos, rimar
Para um dia escrever
Que tu és a mulher que eu quero amar

Quem me dera fazer poesia
Inspirada na minha paixão
Inventar sofrimento, agonia,
O amor de Platão

Quem me dera chamar-te de musa
Em sonetos e coisas que tais
Uma escrita solene e confusa
Com palavras a mais

Refrão:
Eu não sou poeta, não
Não sou poeta
Nunca fui um grande sofredor
Eu não sou poeta, não
Não sou poeta
Não te sei falar de amor

Mas seu eu fosse poeta dotado
Ou se ao menos julgasse que sim
Falaria com um ar afectado
Aprenderia Latim

Só faria canções eruditas
E se as ditas ninguém entendesse
Rematava com frases bonitas
P'ro que desse e viesse

Refrão:
Eu não sou poeta, não
Não sou poeta
Nunca fui um grande sofredor
Eu não sou poeta, não
Não sou poeta
Não te sei falar de amor

Fonte: vagalume.br

Ah ganda som!

Experiência: carregar o vídeo no pc e depois colocar no blogue. Se é assim com as fotos...
Não, não é assim com os vídeos, mas já os sei carregar no blogue, a rica filha ensinou-me. Os jovens é que percebem destas coisas...

Pacote(s) de açúcar

Desisto de aumentar a coleção de microcontos de vários autores portugueses apresentados nos pacotes de açúcar da Sical. Consegui estes. E consegui algo ainda melhor: um linque onde se podem ler todos os microcontos. Aqui.


Sinal


Sou ladra de sinais alheios. 

Vi este na internet e achei tão lindo que não resisti a copiar. 
Em azul, para combinar com o blogue.

Estou aqui que não posso...

O meu blogue foi repescado no mister Google com a simples mas ardente frase... 'Gina quente'.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Sonho

Sonhos premonitórios não são para mim. Sonhei com uma mancha no chão que entretanto se adensou e eu afoguei-me ou algo assim. Peço desculpa pela vaga descrição mas é o que se arranja e na verdade o que realmente interessa é que esta manhã estava uma pinga de café no chão da cozinha. Uma pinga seca, castanha e recartilhada. Não me afogarei, portanto, por uma questão de secura e desproporção de tamanhos. Premonições, alertas ou meras previsões aparecidas em nuvens fofas de sonhos não é comigo.

Se todos os malucos fossem como este aqui: simpático e até expedito, a maluca era eu. E os outros. Os que não o são.

Nota posterior

Estou para aqui a lembrar-me que é melhor registar que as notas que aparecem numa imagem lá em baixo, mais concretamente neste post, estiveram na minha mão e fui eu que as digitalizei, sim senhores, mas são notinhas de brincar, medem para aí 3x4 cm cada uma.

Ao presente não estão reunidas condições que promovam uma boa a sadia leitura. Tenho dito. Escrito.

(Não consigo ler. Raios partam a desconcentração, pá...)

Observação

Fui ao centro comercial e não tendo mais nada para fazer pus-me a ver os transeuntes. Senti-me como que embrenhada no mais masculino que há em mim, era só gajas boas zanzando e eu a olhar para elas cheia de atenção.

Tenho um amigo...

Tenho um amigo que tem um amigo que tem uma amiga que tem uma amiga que tem um amigo que gosta de mim pra caraças. Não conheço semelhante tal, não tenho essa honra, o dito está disperso entre as gentes, muito embora pareça haver um fio que me conduz até ele por entre tantos amigos. Dificilmente o descobrirei, e logo hoje que me dava jeito esse tipo de coisa, o gostar de mim.

Aviso: «olha que é a falares sozinha que te chega a loucura!»

É jovem. É tão jovem, este avisador... Ainda não sabe que a loucura aparece sob todas as formas, ou então porque não se vocalizam certos pensamentos, exatamente por isso.

Tecido

Contei à dona Adelina que comprei um tecido rosa fluorescente, 'tão vistoso que hei-de vir lá ao fundo da rua e já me avistam', disse-lhe eu. Ela lembrou-se d 'um tecido pretinho com bolinhas' que andava lá por casa mas não se lembrava se as 'bolinhas eram cor-de-rosa ou cor-de-laranja'. Fez questão de mo oferecer, esta manhã trouxe-o e já o tenho comigo.
Entretanto escolhi o modelito: blusinha o mais simples possível, com aba na cintura, melhor: aplicar duas abas na cintura.

O comentário

Noutro dia escrevi um post* onde referia superficialmente o que pode acontecer num balcão. A minha ideia era demonstrar o quanto um estado de espírito muda radicalmente na mesma pessoa, em momentos diferentes, e também queria evidenciar a pessoa espetacular que consigo ser, tirando partido da inteligência emocional.
Dias depois recebi um comentário dalguém que foi logo dizendo que não está para aturar caras feias e que demonstra isso através da sua expressão, que a pessoa percebe (possivelmente também lida com clientela) e logo se deixa de fitas, olha que eu sou fresca, era o que faltava e mais não sei o quê.
Ora bem, não é que queira mexer na pestilência dalguns comentários, se não daqui a pouco não se aguenta o cheiro mau, é antes o querer salientar e registar que este(a) comentador(a), não percebeu nada do que escrevi. Nada.


* «Mudança de expressão

Uma cliente apresentou-se autoritária e ríspida, numa vez, e noutra, feliz e bem-disposta. Que fiz eu? Limitei-me a aturá-la, numa vez, e admirá-la noutra, apreciando particularmente o último estado, por aniquilar o primeiro. Imitei-a, que sou muito boa a imitar estados, quando agradáveis.»

Retirado daqui.

A história da carochinha

A história sem a vassoura e sem a carochinha. E também sem o lixo. A história das gorjetas, essa raridade.

Ah, deixe estar, fica assim.
Não quer o troco?
Não.
Obrigada.
Olhe, dê-me mais um vasinho destes.

Quanto é?
Xis.
Fica assim.
Hum, obrigada.

Apetite


Apetece-me

começar o dia assim:

toma lá

quinhentos euros

e vai comprar bombons.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

E hoje...

... Também não houve assim lá muito tempo para isto de brincar aos blogues. Tive de trabalhar, pois é. Fui à Amadora, a trabalho. Alguém me avisou que tivesse cuidado com os caminhos, que as pessoas por lá gostam de meter a mão onde não devem, inclusivamente o gps do meu colega fazia a mesmíssima observação, o que achei extremamente curioso, um gps alertando as pessoas quanto à ladroagem. Mas não me aconteceu nada de mais, aliás, não foi a primeira nem a segunda nem a terceira nem a quarta vez que fui àquele lugar. Talvez nem a quinta nem a sexta. E, tal como das outras vezes que lá fui, à saída da estação de Metro deparei-me com alecrim, vento e lagartixas ao sol. E sol. Ladrões ou vândalos: zero.

Vinho feito a martelo, ou como que isso…

Ontem não marquei presença no blogue, estive um tudo-nada mais ocupada que o costume, andei outra vez a ver se aprendia a faturar dentro dos novos parâmetros, fui a outro seminário.
Antes de começar a palestra fiz poemas. Na primeira parte da palestra fiz poemas. No intervalo fiz poemas. Na segunda parte da palestra fiz poemas. De rajada, assim mais ou menos como acho que devia ser sempre. Pensar… ou antes, não pensar e pumba, tudo escarrapachado no papel, toma lá disto e agora lê.
Vou depositar o manuscrito no blogue sem que tenha relido as patacoadas que escrevi, quando não a coragem ter-se-ia evaporado. Julgo que há coisas que ficam bem se apresentadas no estado embrutecido e também julgo que se reler as ditas frases as mesmas deixam de ser virgens. Mas isto não é nada que o leitor não possa alterar, claro, em querendo ler, amplie a imagem e leia. Obrigadinha.


terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Fútil

Lisboa, 5 de fevereiro de 2013

Local surreal, caso me apeteça

Lisboa, 4 de fevereiro de 2013

É dos locais mais impressionantes que conheço. Objetos suspensos são como pêndulos que atuam à minha passagem, diminuindo o ritmo com o passar do tempo. É um ritmo parável, portanto, e sou eu que me encosto; que o faço mover; que lhe dou vida. Repito: é um dos locais mais impressionantes que conheço → parece um lugar do morto com a minha personalidade.

Dias de um Ginásio

Num percurso entre máquinas fui minuciosamente observada e avaliada por uma 'colega' tão quarentona como eu. Invejosa, pá...
Podia ter havido um choque frontal de putas decadentes:
Ah, tu és mais gorda que eu e estás muito mais acabada!
Ah, mas sou muito mais gira e não tenho essas rugas todas que tu tens!
Mas não houve.
Foi só uma senhora com medo de ser destronada na beleza, pobrezita.
E é só uma senhora que tem um lbogue... Ai perdão: um blogue onde deposita um aglomerado de cenas parvas, que não sabe escrever lbogue. Porra... bl bl bl bl. Blogue!

No sítio* de nomes próprios

Nomes, outra vez.
De visita a um sítio onde por vezes pesquiso nomes próprios, em cada nome vem agregado o significado do mesmo, ou uma espécie disso.
Dei de caras com o nome Guida e diz que é um diminutivo carinhoso de Margarida.
Dei de caras com Gena e diz que é um diminutivo carinhoso de Eugénia.
Dei de caras com Gina... E diz que é o diminutivo de Virgínia.
Ponto.
Apenas.
Nada de carinhos ou doçuras, nem atenuantes, nada disso. Sou abrutalhada até no nome.

No consultório

Nomes. Eu a pensar que era Fátina → Fátina isto, Fátina aquilo. Afinal é Fátima, como as outras.

Conversa

Comprei umas roupas no catálogo.
Ah...
Presumo que estejas desejoso de ver...
…?
… -me sem elas.

...

Enigma. Comprei. Não os contei, que são demais e eu tenho mais o que fazer. Escrever, quero eu dizer.

...

Enigma. Zero. Comprar mais, urge.

Que lindo poema...

Pronto, pronto.
Calma, calma.
Já vou tratar do lbogue.
Blogue.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Prenúncio

Lisboa, 4 de fevereiro de 2013

Olha, agora vou ali assim tirar fotografias às florinhas e depois venho toda contente mostrar-tas.
Ah, pois, que eu sou muito interessado nesse tipo de coisas.

É por ter falta de atenção na expressão oral que eu tenho um lbogue. Um blogue. Já tinha escrito isso da atenção e assim algures no lbogue. Perdão: no blogue. Ponho a foto no lbogue, ai perdão: no blogue e faz de conta que vivo.


...

Enigma. Restam cinco. Agora ando a usá-los com frequência. Estou uma mulher muito mexida, portanto.

Linha reta

Partida: av Roma, 14:19
Chegada: rua Carlos José Barreiros, 14:38

Ia leve, levezinha. Andando... Levemente, pois claro, mal pondo os pés no chão, não voando porque, mau grado, não tenho asas. Mas leve. Eu já tinha dito que me sentia leve, não tinha? Pois é, ia leve, sentia-me leve, ao invés de me sentir qual elefante num límpido lago, azul ou isso, saltando de nenúfar em nenúfar, verdes ou isso, senti-me como a Popota, dançando ao som de músicas estimulantes, daquelas que ficam no ouvido e se guarda na memória o gingar sensual duma boneca animada. Durante dezanove minutos fui a Popota: leve, atrevida e gira, mas sem a sensualidade à mistura, que disso não percebo nada.

No consultório

Ouvia-se uma senhora tagarelando desenfreadamente. A fisioterapeuta segredou-me:
– É a dona Felícia, escreve poemas. Não se cala, está sempre a fazer a promoção livros dela. Ofereceu-nos um, autografou-o e tudo... Mas eu ainda não o li.

Os escritores são uns solitários do caraças. Porra para isto de escrever.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

O amor

As minhas mãos cheiram a refogado, por causa de tanto descascar cebola, e a borracha, por causa das luvas. É o cheiro do amor. Claro, porque não? Eu amo a gente para quem cozinho e por quem limpo a casa. (Se morasse sozinha não cozinhava nem limpava assim.)

::::::::::::::::::::

«Uma mulher pode amar um homem assim, gasto, quebrado, dorido. Pode. A história das gentes é bela. Sempre bela. Ama-se o que se é com base no que se foi. Porque não?»*

:::::::::::::::::::::

Por falar em amor, no próximo dia 23, sábado, será o lançamento da próxima coletânea, 'Beijos de Bicos' da editora Pastelaria Studios Editora. Sim, colectânea: vários autores. Sim, estou entre eles. E escrevi do amor, já se escrevi amorosamente... Ler-se-á, que eu espero ter leitores. Mas dizia eu: Não marquem nada para esse sábado, e vão ter comigo à Fábrica Braço de Prata em Lisboa, pelas 20:30. Lá os espero.

*Pequeno excerto da minha obra amorosa. Pela primeira vez deposito aqui uma pontinha duma das minhas publicações. Alguma vez tinha de ser a primeira.

Simplicidade

O meu blogue tem três cores. Está limpinho. Não fosse uma foto ou outra e isto era uma pasmaceira.

A costureira

De tarde estive a fazer almofadas.

Loures, 3 de fevereiro de 2013

Aqui e agora

Dantes
vinha a este lugar cheio de gente
para pensar naquele que não existe.

Agora
venho a este lugar cheio de gente
e não recordo o nome dele.

Janeiro/2011, e ainda atual

Coisas malucas

Então dá lá vazão à tua loucura, vá. Faz o que te dá ganas, extravasa, que faz bem. Os outros que se lixem! Apenas tu importas, tu e os teus devaneios. Se não te compreendem é porque não gostam de ti. Vá, não lhes ligues, deixa-te ir na onda... Repousas depois de a loucura acontecer, aí sim. Só não fales muito alto, que me dói a cabeça, nem digas coisas demais, que eu hoje estou sem paciência para disparates.

...

Semifrio de maçã... É bom. Reforço, hoje, que já ontem tinha dado este sinal.
Devo dizer agora que sei fazer os doces, já plantá-los no pratinho de servir é uma verdadeira tormenta. Isto, querendo fazer boa figura, claro. As minhas fatias de bolo, particularmente se forem sensíveis como este semifrio, mais parece que se despenham contra o prato, ficando desfiguradas. Mas sem morrer. De todo. E deixam-se comer. E são doces.

Ao calor

A Olívia gosta do quentinho do aquecedor...

Loures, 3 de fevereiro de 2013

...

Não visito o meu próprio fuçasbuque e depois descubro coisas que afinal de contas fui eu que publiquei. O fuças não é para mim mas um dia vai ser.

Olá, boa-tarde...

Há um texto meu no blogue 'rabiscos, rascunhos e limitada'. Fresquinho. fresquinho. É favor ir lá cuscar. Obrigadinha.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Novidades da vizinhança

A vizinha do lado tem um filho. É sério de pouco falador. A mulher dele é muito séria e não fala. O bebé ainda não fala e nunca o vi rir. Nem sorrir. A bem dizer nem sei se já o vi. Mas que o ouvi, ouvi. Faço barulho, logo, existo. Bebé existente.
É muito tarde. É quase meia-noite. Vou mas é dormir que o  meu mal é sono. Chavão. Que vergonha... Até amanhã, 'migos.

Enquanto eu tratava da roupinha na minha varanda...

... Duas vizinhas conversavam acerca das suas vidas rodoviárias nas suas varandas.

No futuro

Daqui a dez anos haverá velhinhas(os) na casa dos sessenta teclando sabiamente no seu telemóvel. Nos substitutos dos telemóveis, quero eu dizer...

...

Semifrio de maçã... É bom.

Não fui eu que disse

Passo a citar:

- Ah, da cebola com grelo é que eu gosto!

Citei.

...

Dançar e lavar a louça em simultâneo dá mau resultado.Com tanto abanico retiro a válvula e lá se escorre a água toda...

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Ideia sem futuro

«Um dia que crie outro blogue vou ser mais original no nome. Pintinha Azul, é giro. Pintinha de escrever. Pintinha do i. Azul de escrever. Azul de tinta de caneta. Escrever à mão. Rasurar. Voltar atrás. Escrever de novo mas diferente. As rasuras, as palavras ao monte, como se paragens para pensar fossem. Paragens para escrever melhor. Espontaneidade, sempre. E nem estou a escrever à mão. É, Pintinha Azul, é giro.»

Afinal o novo blogue… É 'Gina, a mulher que tem um blogue'. Nada de prever o futuro, 'miga, que não te safas.

E eu que nem gosto de inglesismos...

Esteve aqui o meu cabeleireiro. Lamento que tal tenha ocorrido num 'very, very bad hair day', e aqui refiro-me ao meu penteado. E lamento mais ainda que tenha confirmado o que já suspeitava: como cliente, o bicho é uma 'pain in the ass'.

No consultório

Sempre que chego a rececionista pergunta-me se está tudo bem e olha-me fixamente, como quem pergunta e não como quem usa essa mera questão como substituto da boa-tarde. Digo sempre que está tudo bem. Às vezes ela insiste, fixando em mim os olhos enormes, que àquela hora já se lhe nota uma maquilhagem desvanecida. Eu repito a resposta e fico a pensar se a insistência se deverá ao poder que as escadas um tudo-nada opressivas têm sobre mim e se eventualmente terei uma aparência simultaneamente afogueada e pálida. Nunca saberei, claro, e talvez seja melhor não saber. Um dia, depois da insistência que acabo de relatar, prolongando o diálogo, dizendo que sou a única a dizer que está tudo bem, mais ninguém entra ali e diz bem da própria vida. Respondi-lhe de volta: «é normal, já viu que está rodeada de pessoas doentes?» As dores tornam as pessoas infelizes.

Peça de roupa

Estive vai-não-vai para comprar uma t-shirt giríssima com o escrito 'Femme Fatale nº 212'. Não comprei, não é o meu número.

30

Há trinta anos fui à fábrica das bolachas com a vizinha Gracinda. Na viagem, ela não conseguiu manobrar a velha Hanomag sem que caísse num buraco enorme. A camioneta balançou vigorosa e ruidosamente. E eu, que na altura era uma gaiata com mamas, ia-as perdendo ali no meio do asfalto esburacado e estreei-me nessa sensação unicamente feminina…

?!

Eu tenho medo de caras feias. E tu?!

Adenda: passeando por aí encontrei-me com a esposa do maricas mais maricas deste país, mas com rugas, em modelo normal e natural, portanto.

Fofice*

Estive a contar ao senhor Tomé que os ricos filhos chamam 'aquele pão bué fofinho' ao pão do senhor Tomé. Oh céus, que repetitiva...

*Nota: a palavrita 'fofice' existe mesmo, para meu espanto.

Ver aqui...