Gina, a mulher que tem um blogue

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quarta-feira, 1 de abril de 2015

Tradução no fim



Dezanove e não sei quê. Estou no Hospital Egas Moniz. Eu e outros. As pessoas movem-se, a maioria apressadas. O segurança diz 'até amanhã' à funcionária da limpeza. Tanta história que há aqui. (Melhor traduzir, depois.) Há muitas pessoas com ar triste ou preocupado. Chegou um homem nos braços doutro. 'Olhe, é uma urgência, o meu amigo levou uma bolada e não consegue abrir os olhos!' Ainda há amigos zelosos. Uma senhora com barriga de grávida mas com idade a mais para isso. Uma senhora com quadril larguíssimo e montes de chicha. O amigo do amigo paga agora a taxa de urgência enquanto o desgraçado está lá dentro. Vem aí um menino de dois anos com um biberão pendurado na boca. 'Guilherme!', chama o pai. Deu-me vontade de chorar. Sou mais de achar que ninguém me nota, normalmente procuro isso, mas se alguém notar os olhos húmidos vai pensar que tenho aqui o meu pai ou a minha mãe a receber tratamento. O segurança volta a dizer 'até amanhã' a duas mulheres. Escreve algo no que deve ser o livro de ponto. É canhoto.

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