segunda-feira, 30 de junho de 2014

Post com uma certa parte digitalizada



'Experiências Descritivas', André Barata

Azul

O céu duma só cor diz pouco, melhor assim, com raios de sol e a ponta dum edifício. Ou então nuvens, as nuvens sempre contam histórias.

Quimericamente

Trampolim e varandim. Não é para rimar, é que me esqueci destas duas quimeras.

Fotógrafa do alheio

Naquele dia havia mais: candeeiros, tomadas, ombreiras e rodapés, ora cinza, ora branco. Que neutralidade. E o vazio...?

Há coisas do livro para transcrever

Da leitura destes dias: o homem (Antoine de Saint-Exupéry) teve um grave acidente, ia morrendo.

«Levei-o de automóvel, fraco como um esqueleto que se desvanece, mas orientado pelo chamamento de uma força misteriosa.»

'Memórias da Rosa', Consuelo de Saint-Exupéry, página 144.

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A igual regressou de férias. Bem-vinda, 'miga, se bem que não tenha notado a ausência, acredito que auxiliada pela sua presença doravante terei mais posts.

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Franzineide olhou para o meu bloco rudimentar. O termo é esse: olhou. Não sei escrever esse olhar, pra me safar podia dizer que era um olhar inexpressivo e pronto, mas não era.

Post ulterior e especial

Pois é, resolvi publicar antes nesta data o post dos recuerdos de que falei uns posts atrás. Aqui fica, então, e acabou a conversa.




Anos e anos

Maria Amália ainda toca piano mas já não faz o ballet que fazia.

Uma história (mesmo muito) interessante

No latim clássico não existia a distinção entre maiúsculas e minúsculas. Todos os textos eram escritos com letras semelhantes àquelas que hoje conhecemos como as maiúsculas. Aquilo a que hoje chamamos as letras minúsculas, ou em caixa baixa, nada mais é do que a imitação das letras das inscrições em pedra pelos escrivães que as tinham de desenhar em suportes mais parecidos com o papel (sobretudo o papiro). A diferença entre a letra imitada e a minúscula criada deve-se às características dos diferentes instrumentos de escrita usados, martelo e escopro no primeiro caso, cálamo ou pena no segundo. No essencial, a criação da maior parte das letras minúsculas deu-se entre os Séculos IV e VI. Algumas letras minúsculas não foram criadas de todo, isto é, os símbolos usados são os mesmos das maiúsculas, sendo representados com um tamanho ligeiramente inferior. É o caso, por exemplo, do C, do K, do X ou do Z.
Quando surgiram, as minúsculas não eram vistas como um complemento às maiúsculas, mas como uma alternativa para a escrita cursiva (caligrafia). Isto quer dizer que um escrivão recorria só a umas ou só a outras, não as misturando.
A ideia de que maiúsculas e minúsculas constituem alfabetos tipográficos diferentes e complementares (podendo, por exemplo, uma palavra ter a primeira letra em caixa alta e as restantes em caixa baixa), nasce durante a Idade Média. Quando a escrita e a cultura se refugiam nos mosteiros, os livros passam a ser vistos como objectos artísticos que valem não só pelo seu conteúdo mas também pelo seu aspecto físico. Assim, as iluminuras medievais desenvolvem a arte das maiúsculas nas letras que iniciam cada capítulo de um livro. É por isso que, ainda hoje, se chama Capitular à letra maiúscula, maior do que as restantes, que inicia um texto.
Durante este período, o cânone da escrita deixou de ser a inscrição na pedra, para passar a ser o desenho no papel. Deste modo, as letras maiúsculas, mais difíceis de usar em caligrafia, caíram em desuso para os textos correntes, sendo vistas como algo de arcaico mas elegante, próprio dos tempos glorificados da antiguidade. É assim que nasce a noção inconsciente de que as maiúsculas são para coisas mais importantes do que as minúsculas. Começa-se então a usar maiúsculas para dar ênfase a determinadas palavras, como nomes próprios.
Por outro lado, o uso da gramática latina entra num processo de degradação irreversível, com a consequente introdução de inovações e alterações que levarão à morte do latim e ao nascimento das línguas românicas modernas como o português. As funções gramaticais das palavras e as orações deixam de ser identificadas pela flexão gramatical do latim (as declinações). Assim, surge a pontuação e as maiúsculas passam a marcar o início das frases.
No alemão todos os substantivos são grafados com a primeira letra em caixa alta. Também no inglês essa regra foi seguida até ao Séc. XVIII e no neerlandês até 1948. A profusão de maiúsculas nas letras iniciais de palavras e em títulos de obras é um traço típico das línguas germânicas que teve o seu auge durante o século XVIII, havendo, desde então, uma evolução para um uso mais moderado. Tradicionalmente, as línguas latinas foram sempre mais comedidas no uso das maiúsculas (por exemplo, nos títulos de obras, pela tradição e segundo as normas académicas, apenas a primeira palavra tem a letra inicial em caixa alta).

Fonte: wikipédia

Era uma vez...

... Uma parede duradoura que... indurou anos e anos. |Falava-se de tintas e suas qualidades.|

Da década

Há dez anos as pessoas não olhavam tanto umas para as outras. Devia haver um estudo a provar que há dez anos as pessoas não olhavam tanto umas para as outras.

+1

Mais um bolo, desta vez experimentei o bolo de erva-príncipe e coco. É muito gostoso, a erva-príncipe tem um certo travo a limão, é fresca e combina extraordinariamente com o coco. Receita abaixo da imagem.



Bolo de Erva-Príncipe e Coco

Ingredientes
200 gramas de açúcar
4 pés de erva-príncipe
200 gramas de manteiga
4 ovos
100 gramas de coco
150 gramas de farinha
1 colher de sopa de fermento

Preparação
Retirar as folhas de fora da erva-príncipe e reservar. Cortar os pés em pedaços e colocar na picadora, juntar o açúcar e picar finamente. Bater esta mistura com a manteiga. Juntar os ovos, um a um, até estar tudo ligado. Adicionar o coco. Mexer. Juntar a farinha e o fermento peneirados. Levar ao meio do forno - que já deve estar aquecido a 180º - em forma untada e enfarinhada durante 30 minutos. Decorrido este tempo deixar repousar uns 15 minutos. Entretanto fazer uma calda. Numa caçarola colocar 100 gramas de açúcar, 100 mililitros de água e as folhas que se reservou e levar ao lume. Depois de levantar fervura deixar ferver 2 minutos. Retirar o bolo do forno, desenformar, furar com um palito e regar com a calda.

domingo, 29 de junho de 2014

Autorretrato (24 de junho)

Olha uma selfie...


Olha outra selfie...

Rescaldo

My face above the water
My feet can't touch the ground

(Mister Probz)

1 chávena + 1 pires

Lugar da musa. Café. Se o prazer matasse tinha morrido hoje.

Sem título

A máquina para depósitos bancários deixou de existir. Doravante terei de interagir com pessoas.

Caminhar

O senhor doutor aconselhou-me o passeio. É bom sinal, se eu estivesse doente ter-me-ia aconselhado o repouso. O senhor doutor aconselhou-me o passeio mas desconhece que.

Caminhos

Gosto daquelas pessoas que respondem 'não tem nada que enganar!' prontamente quando lhes são pedidas informações acerca duma rua ou lugar, são positivas.

Alguém observava a montra...

Posso ajudar?
Não, estou mesmo só a ver, obrigada.

Pode não parecer, mas às vezes também sou cliente...

Memorizar

Hoje é um dia memorável, apaguei oito rascunhos.

23; 24; 25; 26; 27/6

Na semana passada propus-me fotografar o pezinho de lavanda todos os dias, de segunda a sexta. Mas não. Planos pra quê, oh céus. Deixei passar estes dias, vigiando o pezinho, é que não me ia parecendo muito diferente e portanto não valeria a pena encher o blogue com fotos de diferentes dias e idênticas. Durante este interregno fui apalpando a pontinha da flor, notando-a cada vez mais seca. Hoje deixo foto, levo-a para casa e amanhã encherei um potezinho com duzentos gramas de açúcar, rolarei a planta nas palmas das mãos por modo a fazer saltar as minúsculas pétalas para o dito potezinho e daqui a um tempo faço um bolo dos anjos com açúcar lavandado. Um bolinho leve, leve, levezinho.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

...

Se as palavras significam é porque querem dizer; mas se apenas querem dizer, então é porque não chegam a dizer nada. Que dizer é este que no dizer as palavras fica por dizer?

'Experiências Descritivas', André Barata

Post ulterior

Busco – ou surgem sem buscas - memórias porque é mais fácil encontrar certezas no passado, porque 'escrever é fingir certezas' e eu estou a escrever.

Rescaldo

Era a despedida de Portugal, da minha terra... E do meu café. Quando vou a Espanha paro sempre ali para o último café à portuguesa. Comentei com o servidor de café:
'Ah, o café é uma coisa tão boa que deve ser pecado a gente bebê-lo...'

Era uma vez uma chávena

Lugar da musa. Que café. É tão café mas tão café que hoje também não lhe encontro adjetivos.

Lugar da musa

Havia um zunzum diferente, iam lançar um livro mais tarde. Vi um senhor a falar com alguém dos grandes e percebi isso. Ia escrever que o homem tinha o nariz estranho, feio, a bem dizer redondo. Não escrevi. Só agora, para dizer que entretanto percebi que o homem, o escritor, é aquele que esteve dias e dias perdido numa montanha cheia de neve e por isso tem o nariz estranho, a ponta caiu-lhe por causa do gelo, e também não tem as pontas dalguns dedos. Mesmo assim escreve, digita. Hum, se calhar dita...
O livro que vai ser lançado tem um 14 na capa e o escritor de que falo é João Garcia, o alpinista.

Xis

Ele pensava que era o Zezinho mas não é. Ele pensava assim. Mas não.

Tragédia alheia

O que aconteceu ao Zezinho?
Partiu o pé.
Ah, coitadinho...

...

All of these lines across my face
Tell you the story of who I am
So many stories of where I've been
And how I got to where I am
But these stories don't mean anything
When you've got no one to tell them to

(Brandi Carlile)


Como que isso assim

«O blogue é intimista e afastador.», escrevi eu ontem, sucintamente. Queria dizer que podia ser um blogue intimista mas/e apelativo. Mas não, é antes o contrário, afastador.


8

Quando na sequência dum tema de conversa eu disse que 'sou um bocadinho inquieta', o senhor doutor sorriu complacentemente.

7


Conselho - para seguir - do senhor doutor:
Ande, está bem? Ande.

Verbo estar

Entra um cliente, diz «bom-dia» e eu digo «bom-dia, diga-me coisas». O cliente responde «não, já estive com o seu colega» e eu digo «olhe que estar com o meu colega não é mesma coisa que estar comigo».
Tenho para mim que a parte mais engraçada deste pequeno episódio não é a minha última resposta, é o «não» do cliente.

Quando o fim está aí

O médico aconselhou-a a comer bem e a passear na rua sem esquecer a bolsinha com os documentos por causa das esquisitices que tem nas suas doenças. Advertências, é mais isso. Hum, ok, vá, o conselho, a cru, é este: 
Minha senhora, resta-lhe tão pouco tempo. Coma, passeie, viva até morrer. Mas nos passeios leve os papelinhos...

À escolha

Dona Raqueline diz que na idade em que está pouca coisa lhe interessa, quanto mais escolher entre duas toucas de banho, uma com flores e outra com bolinhas... Mas escolheu a das bolinhas e na verdade ficou logo embeiçada por ela de princípio.

E pronto e coiso

'Desculpe lá, não sei se estou a ser muito chato...'
Ah ah.
'… Hoje tenho aqui uma dor no ouvido, aqui, olhe lá, está vermelho, está?'
Ah ah.

26+20=46

Estive na festa de aniversário duma das minhas sobrinhas, 26 anos, era a idade a comemorar.
Lembrei-me que 26 anos era a minha idade quando o rico filho nasceu, e fiz estas contas:
Eu tinha (quase) 20 anos quando ela nasceu, 26 anos quando nasceu o rico filho, o rico filho fará 20 anos no mês que vem, ela tem 26 anos.
Gosto desta matemática. Gosto tanto.

46

Dê éne no cê cê:
26 do 4 de 68.
46.
Ah ah.
Já os tens 'miga...

Roll-on

 Gosto de tirar a personalidade aos objetos.
Assim, a nu, é simplesmente um desodorizante sem marca registada, uma embalagem com tampa de enroscar, com bola que gira e por isso vai buscar o líquido desodorizante lá dentro.
E pronto.
Roll-on sem nome.
Produto e matéria.

Rescaldo

Era para intitular este post de 'história dum dedo' mas fiquei-me pelo 'rescaldo' porque na verdade é o que o post é.
Primeiro o entalão em modo lacónico:
A porta encontrou o dedo e entalou-mo.
Depois a sucessão de ocorrências:
Latejou e inchou durante as horas desse dia. Latejou no dia seguinte. Escrevi no diário. Na semana a seguir escrevi no blogue. Pessoas perguntavam todos os dias que era isto no meu dedo, interessadíssimas, fui tão bem acompanhada, bem hajam. Mas, e a bolha de sangue, horripilante que era?! E o que aquilo doía? Oh céus. Com o passar do tempo a dor foi dando a volta e chegou à polpinha do dedo, onde não tinha sido entalado, pois. Desinchou, o dedo voltou à forma natural mas o negrume não saiu, ficou. Mais uns dias e foi caindo a pele nessa zona, caindo, caindo. Arrancava-a com as unhas da outra mão ou com os dentes. Ao presente - hoje é dia 26 de junho, faz precisamente 2 semanas que o incidente se deu - há uma linha de sangue pisado um pouco afastada do sabugo, por cima da unha, já passei o corta-peles, já raspei, mas não saiu tudo.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Relutância

Hoje tenho sentido alguma relutância em escrever, muito embora não se note nada se o número de posts criados e escritos hoje for contado. Mas pronto. Hum, digamos que não me sinto lá muito inspirada e que entre o que sinto e o que demonstro (ou escrevo) há por vezes um fosso.

Pausa para café

Lugar da musa. Que café. Não há adjetivos, hoje não.

Na infância

Uma menina recusou-se a dar a mão ao irmão mais velho para atravessar a estrada, estando ainda o semáforo vermelho para os peões.
É uma menina bem ensinada, obediente ou medrosa? É tudo isso, creio, se bem que o medo seja o mais sentido, é inibidor, paralisante, o resto simplesmente acresce.

Tendencialmente

Tenho alguma tendência para correr atrás do suposto.

Tendencialmente

Tenho alguma tendência para contemplar o invejável.

Tendencialmente

Tenho alguma tendência para carregar a mala como se fosse um bebé quando passo no passeio do ateliê de costura.

Cliques

Fiquei de tirar fotografias ao velho que se senta no meu banco de jardim.
Fiquei de tirar fotografias à mola que pende da ramagem.
Não. E não.

Na intimidade

O blogue é intimista e afastador.

Outro caminho

Devia ter ido ao jardim.
Amanhã.

Na rua

Encontrei-a. Não a interpelei, não lhe falei. Tinha de procurar o que dizer e 'não sei o que dizer se procuro o que dizer'.

Forma

Há pequenos retângulos de sombra subindo a avenida. Não os conto, pra quê, sei que não caberei na largura.
Isto não tem nada a ver.
O cesto da gávea consegue ver os retângulos de sombra, mesmo que estes sejam pequenos. A estrela polar vigia-os.

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Conselho de amigo:
'Não te estragues.'

Correspondência

A 23 de setembro entrará em circulação uma nova nota de 10 euros. Vem com o outono, a triste.

Correspondência

O estaminé recebeu uma carta dirigida a ' The Managing Director'.
Achei um piadão.
Vem da África do Sul.
Rebolei no chão a rir.

Post ulterior

Olha só como sou inteligente*


*«Tirei uma foto a mim mesma a escrever o 'ah pois', vai poder ler-se o que escrevi, vou publicar no blogue, pelo menos penso nisso agora, depois logo vejo, mas a ideia primordial é mostrar a caligrafia descalibrada e fazer uma comparação irrisória com aquela ideia que li no fuçasbuque que nos |quer| convence|r| de que as pessoas muito inteligentes pensam tão rápido que a mão que escreve não acompanha o pensamento. Olha eu. Pois.»

Tesouradas

O senhor da loja de tecidos fez-me lembrar a minha mãe. Escolho a medida, um metro deste aqui e outro daquele acolá, o homem segue o meu pedido e dá uma tesourada em cada lado da peça, depois pede-me ajuda, eu que segure num desses lados, estendemos o tecido e sacudimo-lo suavemente por modo a ficar direitinho, deitamo-lo e eis que ele se lança com a tesoura, separando, ou arranjando, duas partes de tecido.
A minha mãe fazia assim.
Tive medo que chegado ao pé da 'minha tesourada' este senhor me golpeasse os dedos.
Tinha medo que a minha mãe me cortasse os dedos quando a tesoura se aproximava.

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Ontem esqueci um item da consulta que tive com o senhor doutor do trabalho:
tenho uns pulmões impecáveis
tenho um coração muito certinho
tenho a tensão arterial duma jovem de 20 anos

Dias de um Ginásio

No fim da aula um homem aproximou-se com um anel na mão e perguntou-me simpaticamente se era meu. Neguei, porque obviamente o anel não me pertencia, e logo acorre a dona a dizer é meu, é meu, toda sorridente. Olhei atentamente para o anel, era um anelinho, fininho, fininho, como pertencer-me, não é, e pus-me a pensar em que parte do meu corpo caberia tal bijuteria e, vai daí, descobri que só se fosse na ponta da língua... E mesmo assim não susteria, escorregava e isso.

Era Lisboa e era 24 de junho

Sentei-me num banco de pedra a olhar para o relógio. Era cedo, ia ter de aparecer e desaparecer para aí uma dúzia de bonecos verdes. Via um 3 sumido. Não contei os bonecos verdes, mas foram muitos. Apareceu um 4. Levantei-me.

terça-feira, 24 de junho de 2014

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A minha paixão em observar as pessoas não tem a quentura de outrora. Aguardo alteração esperançadamente, esse sentir faz-me uma falta de tamanhão.


«Um dia destes vou ser capaz
De apaixonar-me outra vez
Sem me importar de saber
Se vai durar um ano ou um mês»

(Rui Veloso)

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Eu escrevo.
Tu lês.
Eu leio primeiro.
Ah ah.

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Normalmente sou ansiosa com a escrita, desejando ardentemente lugar e tempo para.
Escrever.
Normalmente não se nota a ânsia.
Não sei se entristeça ou então não.
Afinal: eu sou eu; eu não sou eu, é a outra que escreve; ela existe.
Pergunto.

Gina, a mulher que tem uma mota

Ó Luís, eu vou contigo pra todo o lado!

«I, I follow
I follow you deep sea baby
I follow you
I, I follow
I follow you dark room honey
I follow you»

(Likke Li)

1, 2, 3, 4, 5

De manhã fui à consulta com o senhor doutor dos trabalhadores. O consultório é num edifício alto onde há uma rececionista que pergunta invariavelmente o que desejo e onde, à entrada, há uma estátua com três metros de altura que tem pequenas asas nos tornozelos.
O senhor doutor notou que nasci em julho, diz que é o mês mais bonito do ano. Que original, nunca tinha ouvido tal coisa, bem-haja.
Ouvido de passagem, na Baixa de Lisboa pela voz dum turista:
My first time in Lisbon, my first time in Europe. It's beautiful...
Começou pelo melhor, 'migo, creia nisso.
Muitos turistas tiravam fotos aos prédios lindos que Lisboa tem, às vistas maravilhosas, captando sem medo os transeuntes. Eu não.
Pausa para café. Havia brincos, pulseiras, colares, colãs, lenços... E café. Uma mesa e duas cadeiras. Bastava uma, à ocasião da visita.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Post ulterior


Foto do livro 'A Estreita Sombra de Catarina Vale', Irene Antunes.

Rescaldo

Durante as férias terminei de ler o livro que estava a ler: 'A Estreita Sombra de Catarina Vale', Irene Antunes.
Gostei do livro, lê-lo não foi uma delícia, mas gostei e talvez o recorde para todo o sempre. Neste livro a autora tem um estilo fantasioso, como já registei noutros posts, a bem dizer não existe história, não me parece um romance, muito embora esteja classificado como tal.
Deixei-o lá. Sim, o livro ficou no lugar onde estive de férias. Na receção do apartotel há uma bancada onde se depositam livros para deixar outros, uma troca de livros algo semelhante à Cabine da Leitura, agora tão em voga e da qual já fiz referência algumas vezes no blogue.
Deixei o livro lá. Alguém o há de ler. Se eu fosse autora e visse um livro meu numa prateleira daquelas ficaria muito feliz. Tirei-lhe fotos, portanto nunca o vou esquecer.


Leitura

Tinha saudades de ler o livro do momento: 'Memórias da Rosa', Consuelo de Saint Exupéry.
Fez-me bem pensar que daí a pouco retomaria a leitura que deixara na sexta-feira, tomaria contacto com a história, as pessoas, os lugares, foi agradável.
Este livro é um diário que Consuelo (esposa do escritor Antoine de Saint Exupéry) manuscreveu e José Martínez-Fructuoso, o seu herdeiro universal, se encarregou de publicar por modo a revelar alguns mistérios do casal, e passo a citar parte da sinopse:
«O longo exílio do casal permitiu toda espécie de mitos, mentiras e suposições. O manuscrito reencontrado traz a lume toda a existência poética e boémia desses enfants terribles que foram Antoine e Consuelo.»

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A torre do Areeiro tem um varandim, um cesto de gávea, é mais isso, de onde sai um mastro com uma estrela lá no alto que quer ser polar. A estrela acredita que vai ser polar. Eu acredito que a estrela acredita que vai ser polar.

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Faca de pão não é para cortar dedos, se fosse chamava-se faca de dedo.

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Para saber como é não há nada melhor do que experimentar.

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Entretanto a primavera foi embora, pois, mas eu tenho andorinhas.


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Este parece um chuvoso e triste dia de outono. Não me queixo da chuva, antes do frio.
A do diário passa na rua, chapéu-de-chuva aberto, pingando. Outono, a 23 de junho.

Rede social

Escreveu no mural que a Malveira vai conhecer um novo eu. Um 'eu' dele, obviamente. A Malveira vai conhecer um novo Tiago. Não se sabe o que aconteceu, à partida parece que algo bom, espetacular, se lhe chegou à vida. Não se sabe se ganhou a Lotaria, se conheceu um novo amor, se está curado dalgum mal-estar físico/espiritual. Não se sabe. Isto das redes sociais... As pessoas roçam nos assuntos, com medo da exposição.

49

Diz que um livro é considerado livro quando tem 49 páginas sem contar com as capas. Hum, ok, vá, assim já me sinto mais capaz de escrever um livro.

Palavras espelhadas

Li no fuçasbuque, ou num blogue, sei lá, que é preferível o escritor fugir da tentação de descrever personagens frente ao espelho. Ora bem, e isto quer dizer o quê?, pensei eu. Continuei a ler. Isto quer dizer que há escritores que optam por construir uma cena onde a personagem se vê ao espelho e aí se descreve. Fiquei abismada. Não me lembro se alguma vez li um livro em que o autor usasse essa artimanha... Reles, ao que parece.

Repetição

'Um homem que lê, vive muitas vidas' li eu no fuçasbuque. Concordo e repito: costumo dizer que ler é meter-me na vida da outra gente.

Rescaldo


No dia seguinte este dedo não teria um ar assim tão saudável, não. Entalei-o estupidamente numa porta, logo pela manhã, mal acordara. Latejaria todo o dia, criaria uma bolha de sangue escuro mesmo junto à cutícula que duraria uns três ou quatro dias, entretanto a bolha assentaria e o negro continuaria por longos dias. Ainda cá anda e continuará, creio que não me livrarei disto antes de dois meses passados, o verão quase no fim e isso.

Rescaldo

Para provar que nas férias há trabalho.

Mistério

Aconteceu algo estranhíssimo neste blogue: publiquei um post que não aparece. A sério, isso mesmo, publiquei e não aparece, sei lá, deve andar à deriva num vácuo qualquer. São imagens com recuerdos das últimas férias. Vou esperar mais uns dias, se não aparecer o dito, publico as imagens de novo e acabou a conversa.

Ruas

Rua Joaquim Costa...? Não 'migo, não sei. Não sei mas vou saber. Retiro o roteiro da gaveta e pesquiso à moda antiga. A rua Joaquim Costa começa no número 30 da rua António Pereira Carrilho, termina no número 7-A da travessa das Freiras e pertence à freguesia de Arroios. Está a ver aquele colégio ali de cima que agora não me lembra o nome, então o senhor ponha-se como quem vem da avenida Manuel Damaia, à sua esquerda está o muro do colégio, continua e encontra uma rua, não é, essa é a travessa das Freiras e logo a seguir vem a rua António Pereira Carrilho. Mas que rua tão pequenina, nunca reparei no nome dela, tinha para mim que esse quarteirão pertencia ainda à avenida, veja lá...

Ao sábado...

No sábado era para colher as papoilas, tirar-lhes fotos. Mas não. No sábado era para escrever no lbogue... Ai, perdão, blogue, acerca do solstício do verão, o dia do ano em que há maior número de horas de sol, com belas imagens por mim criadas e tal. Mas não. Planos pra quê, oh céus.

Ao sábado, no passeio com a cadela...

Olha o vizinho para mim:
Atão pôse-a de trela?
Olha eu para o vizinho:
Sim, é só aqui neste bocadinho, ela vai direito às mesas da esplanada e não sai de lá nem por nada.
Olha o vizinho para mim:
Ah... Quer que lhe deem de comer, não?
Olha eu para o vizinho:
Pois.


Ao fim-de-semana...

No sábado fiz um bolo pela primeira vez: Toscatorta. Chama-se assim e é habitualmente comido na Suécia por altura do Natal. Basicamente é uma tarte de amêndoa só que com a massa um pouco mais alta. Como nunca tinha feito tal doce cheguei-me à frente, fi-lo e dei por bem empregue o tempo e as dentadas. Receita abaixo da imagem.


Toscatorta

Ingredientes para a massa
3 ovos
150 gramas de açúcar
75 gramas de manteiga
150 gramas de farinha
3 colheres de sopa de leite
1 colher de chá de essência de baunilha
1 colher de chá de fermento em pó
Ingredientes para a cobertura
50 gramas de manteiga
3 colheres de sopa de natas
50 gramas de açúcar
100 gramas de amêndoa lascada
2 colheres de sopa de farinha
1 colher de chá de essência de baunilha
Preparação
Bater o açúcar e os ovos até triplicar de volume e se apresentar esbranquiçado e fofo, o que leva uns 5 minutos.
Deitar a farinha e o fermento peneirados e envolver gentilmente.
Deitar a manteiga derretida mas não muito quente usando a mesma gentileza que se usou com a farinha e o fermento.
Finalmente deitar o leite e a baunilha e... Envolver gentilmente.
Levar a meio do forno, que deve estar previamente aquecido a 180º, em forma untada e enfarinhada durante mais ou menos 30 minutos, até estar meio cozido.
Entretanto fazer a cobertura. Numa frigideira deitar a manteiga, as natas e o açúcar e deixar derreter. Deitar as amêndoas e a farinha e deixar cozinhar 1 ou 2 minutos até parecer que a farinha cozeu. Juntar a baunilha e mexer até ligar tudo.
Nota: convém que esta cobertura seja confecionada muito próximo ao términus da cozedura do bolo, quando não, se esperar, pode endurecer.
Ao cabo dos 30 minutos retirar o bolo do forno e deitar a cobertura por cima, espalhando bem. Levar ao forno por mais 15 minutos.

(Esta receita foi retirada do programa televisivo 'Doce Diário' no canal 24 Kitchen.)

Primeiro

Olá, bom-dia!
É verão e o tempo está murcho, húmido e fresco.

domingo, 22 de junho de 2014

...

You've spent a lifetime stuck in silence
Afraid you'll say something wrong
If no one ever hears it how we gonna learn your song

Emeli Sandé

...

Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel,
Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu.

(Toquinho)



Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo.
Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva,
E se faço chover, com dois riscos tenho um guarda-chuva.

Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel,
Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu.
Vai voando, contornando a imensa curva Norte e Sul,
Vou com ela, viajando, Havai, Pequim ou Istambul.
Pinto um barco a vela branco, navegando, é tanto céu e mar num beijo azul.

Entre as nuvens vem surgindo um lindo avião rosa e grená.
Tudo em volta colorindo, com suas luzes a piscar.
Basta imaginar e ele está partindo, sereno, indo,
E se a gente quiser ele vai pousar.

Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
Com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida.
De uma América a outra consigo passar num segundo,
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo.

Um menino caminha e caminhando chega no muro
E ali logo em frente, a esperar pela gente, o futuro está.
E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar,
Não tem tempo nem piedade, nem tem hora de chegar.
Sem pedir licença muda nossa vida, depois convida a rir ou chorar.

Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá.
O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar.
Vamos todos numa linda passarela
De uma aquarela que um dia, enfim, descolorirá.

Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo (que descolorirá).
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo (que descolorirá).
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo (que descolorirá).

Fonte: http://www.vagalume.com.br


sexta-feira, 20 de junho de 2014

...

talvez por não saber falar de cor
imaginei

(the gift)

:::

A minha cena é quimérica. A minha cena é ir para o cimo dos prédios sem pensar em suicídio e traçar linhas direitas. Deste cimo vejo a bola entrançada lá em baixo. Deste cimo vejo a caravela lá muito ao longe mas ainda a distingo. Deste cimo vejo o trampolim. Deste cimo vejo as três portas e o bico da torre do Areeiro.

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Quero ser a pessoa que diz mais vezes a palavra. Devo ter conseguido essa cena.

Quero ser a pessoa que escreve mais vezes a palavra. Já consegui essa cena.

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Faz a tua cena e daí não te desvies.
Faz
a
tua
cena.
Mesmo que não curtam a tua cena.
Faz
a
tua
cena.
Mesmo que de antemão saibas que não curtem a tua cena.
Faz
a
tua
cena.

20/6

A pontinha tem óleo. O óleo tem um cheiro a perfume. Óleos essenciais e naturais.

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Geralmente quero ser um amor de pessoa, não mais que isso.

Memória

Lembras-te de chegar da escola com a palma da mão direita cheia de pontinhos e risquinhos de tinta?
Não.

Eu era assim. Agora é a mala e a bolsa onde guardo o bloquinho rudimentar que recebem essas carícias da caneta. Não é que eu seja uma senhora tão carinhosa que me desmazelo, é que a caneta não tem tampa nem clique para esconder o bico.

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O que não falta neste blogue são posts. Parvos.

Porvir

Hei de tirar uma foto à mola presa na folhagem. Para a semana.

Som

Poic-poic; poic-poic; poic-poic. Era o som. Parecia que alguém mexia o café, mas achei que nunca mais se lhe derretia o açúcar. Que raio, pá. Não aguentei a curiosidade e olhei de soslaio, era uma mulher a teclar no telemóvel... Hum.

Plano ou Dever

Ler 'O Principezinho', Antoine Saint-Exupéry.
Tomei contacto com 'O Principezinho' nos bancos da escola, não faltaram excertos desse livrinho para a gente aprender o português escrito, mas nunca o li integralmente. E acho que é curtinho.

Pés

Lugar da musa. Mesa afastada...? Não há. Era para escrever descalça. Era para ler descalça. Há uma coisa ou outra que gosto de fazer descalça. Dormir. Nadar. Pois. Sem que me vejam, ora bem.

Há horas frescas

Ó 'migo, onde foi desencantar apetite para um gelado?!

Demolições é comigo

Ó 'migo, como é, desvias-te do meu caminho ou é para demolir?!

Interpelação

Tem horas, perguntou-me uma senhora, no meio da rua. Neguei, tinha-se-me acabado a bateria no telemóvel. Entretanto entristeci. Ora bolas. Então eu que me acho um espanto de pessoa por me safar com a máquina fotográfica quando quero saber a quantas ando, fui desperdiçar uma oportunidade fantástica de fazer saber este meu desenrascanço? A uma desconhecida? Como se sabe agrada-se mais facilmente aos desconhecidos. Ora bolas. E a senhora tinha muita idade. Como se sabe as pessoas com a idade tendem a encontrar interesses e girezas em toda a gente, são atenciosas. Ora bolas.

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Vai ali o casalinho. O casalinho. De mãos dadas, como tendo sido toda a vida um casal e dar as mãos seja um carinho que sela o amor. Mas não. Não são um casal de há muitos e muitos anos, conhecem-se há muitos anos, isso sim, e entretanto ficaram viúvos e amigaram-se. Tudo bem, nada contra, cada um faz o que quer com aquilo que é seu. É que, pronto, ok, vá, não me tapem os olhos, senão falta-me o ar.

Números

Fatura um oito oito um sete sete, de vossa encomenda número... Encomenda sem número, do mandador com zeros e uns suficientes para fazer uma memória de computador, datada de dezanove do seis deste ano. Ontem. Feito. Adiante.

Post para compor um outro*

Pássaro Bisnau é como que a querer dizer Chico esperto.

*...

O escândalo

Pintar as unhas de azul é ainda visto como algo estrambólico. Dei de caras com uma jovem imensamente impressionada com a cor do meu esmalte. Credo, 'miga, que é isso, as quarentonas também podem escandalizar o mundo e portarem-se benzinho ao mesmo tempo.

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Quase chegou o verão, é amanhã, mesmo que esta semana o tempo tenha andado chocho, quase que já chegou o verão, é amanhã.
Quase chegou o verão, já não uso o casaco onde guardava os papelinhos rabiscados.

Eu vim de longe

Tenho uma cliente que vem de Bruxelas de quando em quando. Hoje pagou as suas compras com uma nota tão lisinha, tão limpinha, tão novinha... Tenho uma máquina que deteta notas falsas e também deteta notas verdadeiras. Era uma dessas. Bem-haja.

Faturar

Há clientes que recusam perentoriamente a fatura, não querem nem ver o 'papelinho', como se só agora tomassem contacto com a faturação, como se a mesma não exista há montes e montes de tempo, para aí desde o século passado, vá.
Um dia, uma cliente, com um desdém dirigido sobretudo a quem comanda estas lides tributárias, respondeu-me assim:
– Se fosse um quadro bonito eu ainda o pendurava na parede.
E eu, erguendo o 'papelinho', espontaneamente:
– Bem, é possível ver beleza nisto, basta a gente querer.

Papoilas

No lugar onde colhi meia dúzia de papoilas há umas semanas, nasceram mais, a Natureza repôs o número de flores, creio até que o duplicou. Todas as manhãs olho para elas e dá-me vontade de as ter em casa. Amanhã é sábado. Quiçá. Coiso.

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Ó Luís! Tenho sono. Ah ah.

Dia de (disseram na Radio)

Dia de levar o cão para o trabalho.
Dia de andar de chinelos de enfiar no dedo no trabalho.

Nada disso acontecerá na minha vida profissional a 20 de junho (hoje) mas já aconteceu tantas e tantas vezes noutros dias do ano.

Rescaldo

Este rascunho foi comigo de férias, escrito em papelinhos, ainda incompleto e mal-amanhado. Compu-lo nos últimos dias e ei-lo.

Dos sentidos

»Olhar
Brilho nos cabelos da gente;
Linha do horizonte
»Sabor
Laranja sumarenta e não muito doce;
Pimenta rosa
»Odor
Lima
»Som
Ó mãe!;
Água correndo
»Toque
O teu peito;
Veludo no sentido contrário ao correr do pelo

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Na lista

Tenho de comprar leite de coco grosso. Tenho de não esquecer de comprar leite de coco grosso.

Incidência

Não me tapem os olhos, senão falta-me o ar.

Post de perguntas e respostas

Acaso os médicos adoecem...? Os professores sabem tudo...? E os seguidores deste ou daquele credo, não transgridem, não se esparramam no que creem ser um pecado medonho...? Os psicólogos: nunca se lhes dá crises de identidade ou sofrem depressões...?
Ah, afinal somos todos iguais, que aborrecimento.
Ainda assim, não me tapem os olhos, senão falta-me o ar.

Tenho um amigo...

… Que me perguntou se sou rebelde. Disse-lhe que sou sim, senhor, mas não se nota nada, e que isso às vezes me aborrece um bocadinho, outras dá-me um gozo do caraças.

19/6

Ando ainda indecisa com o tal açúcar lavandado, talvez um pezinho não dê sabor a duzentos gramas de açúcar granulado, normalmente é essa a medida dum bolo, daí não me valer a pena fazer menos.
Ao momento a lavanda que está dentro do copinho apresenta-se tão seca que está mirrada, mais ou menos como há quinze dias atrás, e parece tão poucochinho. Não sei. Não sei se separe as pétalas do caule. Ando ainda indecisa.
Hoje colhi outro pé de lavanda, como quem incorre num gesto fortuito. Que maldade. Vou fotografá-lo diariamente, diariamente de segunda a sexta, quero eu dizer, e o título será 19/6; 20/6 e por aí adiante, para se perceber os dias.