No latim clássico não existia a distinção entre maiúsculas e minúsculas. Todos os textos eram escritos com letras semelhantes àquelas que hoje conhecemos como as maiúsculas. Aquilo a que hoje chamamos as letras minúsculas, ou em caixa baixa, nada mais é do que a imitação das letras das inscrições em pedra pelos escrivães que as tinham de desenhar em suportes mais parecidos com o papel (sobretudo o papiro). A diferença entre a letra imitada e a minúscula criada deve-se às características dos diferentes instrumentos de escrita usados, martelo e escopro no primeiro caso, cálamo ou pena no segundo. No essencial, a criação da maior parte das letras minúsculas deu-se entre os Séculos IV e VI. Algumas letras minúsculas não foram criadas de todo, isto é, os símbolos usados são os mesmos das maiúsculas, sendo representados com um tamanho ligeiramente inferior. É o caso, por exemplo, do C, do K, do X ou do Z.
Quando surgiram, as minúsculas não eram vistas como um complemento às maiúsculas, mas como uma alternativa para a escrita cursiva (caligrafia). Isto quer dizer que um escrivão recorria só a umas ou só a outras, não as misturando.
A ideia de que maiúsculas e minúsculas constituem alfabetos tipográficos diferentes e complementares (podendo, por exemplo, uma palavra ter a primeira letra em caixa alta e as restantes em caixa baixa), nasce durante a Idade Média. Quando a escrita e a cultura se refugiam nos mosteiros, os livros passam a ser vistos como objectos artísticos que valem não só pelo seu conteúdo mas também pelo seu aspecto físico. Assim, as iluminuras medievais desenvolvem a arte das maiúsculas nas letras que iniciam cada capítulo de um livro. É por isso que, ainda hoje, se chama Capitular à letra maiúscula, maior do que as restantes, que inicia um texto.
Durante este período, o cânone da escrita deixou de ser a inscrição na pedra, para passar a ser o desenho no papel. Deste modo, as letras maiúsculas, mais difíceis de usar em caligrafia, caíram em desuso para os textos correntes, sendo vistas como algo de arcaico mas elegante, próprio dos tempos glorificados da antiguidade. É assim que nasce a noção inconsciente de que as maiúsculas são para coisas mais importantes do que as minúsculas. Começa-se então a usar maiúsculas para dar ênfase a determinadas palavras, como nomes próprios.
Por outro lado, o uso da gramática latina entra num processo de degradação irreversível, com a consequente introdução de inovações e alterações que levarão à morte do latim e ao nascimento das línguas românicas modernas como o português. As funções gramaticais das palavras e as orações deixam de ser identificadas pela flexão gramatical do latim (as declinações). Assim, surge a pontuação e as maiúsculas passam a marcar o início das frases.
No alemão todos os substantivos são grafados com a primeira letra em caixa alta. Também no inglês essa regra foi seguida até ao Séc. XVIII e no neerlandês até 1948. A profusão de maiúsculas nas letras iniciais de palavras e em títulos de obras é um traço típico das línguas germânicas que teve o seu auge durante o século XVIII, havendo, desde então, uma evolução para um uso mais moderado. Tradicionalmente, as línguas latinas foram sempre mais comedidas no uso das maiúsculas (por exemplo, nos títulos de obras, pela tradição e segundo as normas académicas, apenas a primeira palavra tem a letra inicial em caixa alta).
Fonte: wikipédia
Curiosamente, é mais fácil escrever utilizando minúsculas. E mais os romanos eram tipos práticos. Mas não sabiam disso, assim como não sabiam que era mais fácil usar numerais árabes do que numerais romanos... Já viste o que é fazer contas com numerais romanos? Daí nunca ouvires falar em grandes matemáticos romanos.
ResponderEliminarNunca tinha pensado nisso de fazer contas com números romanos, é realmente difícil...
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