sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Cliente(s)

Às vezes respondo aos clientes num modo inesperado. Queria que o modo parecesse despropositado, parvo, até. Mas não.
Aqui há dias um cliente fez o seu pedido assim:
Arranje-me uma pedra de alumen, está bem?
Respondi 'está bem' e aviei-o até ao fim, tolamente esperançada que no mínimo ele sorrisse perante o estranho desenlace da conversa, o que não aconteceu.
Mas há mais, quiçá se vislumbre então o modo tão desejado. No outro dia adentra-se-me um marmanjo e despeja:
Menina, dê-me meio quilo de potassa!
Nesse momento eu atendia um cliente, estando portanto ocupada, além de que havia mais quem o atendesse, e disponível. Quando lhe respondi 'então e tem que ser a menina, é que a menina está a atender' decerto tinha uma expressão séria. Pronto, a seriedade funcionou como elemento espantalho, daí, creio, eu, que, vem, o, despropósito.

Este também está giro e é fresco, ocorreu ainda não há meia-hora. Chega-se-me aqui um cliente com uma peça na mão e a dizer num tom de lamento e esperança:
Era tão bom que você me dissesse que tem cá disto...
E eu, porque tenho cá disto, disparo:
Então vai ser muita bom!

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