Manoel de Oliveira, o cineasta que morreu recentemente, deixando um legado e obra imensos e também, ao que parece, montes de saudades. Era mesmo velho, esse homem, veja-se que era do tempo em que se escrevia Manoel. E quando ele nasceu não estava mal escrito, não senhores.
Um senhor, este vivo e presente no lugar, mas do qual desconheço o nome, passeava por entre livros, conversando ao telemóvel. 'Perante as contingências, é melhor', dizia ele para o seu recetor. Falava pausadamente, não desconvicto das próprias palavras, mas lento na articulação e sem grande vivacidade. Lembrei-me dos meus discursos para a câmara, também eu faço umas pausas do caraças e arrasto a fala à procura do que quero dizer. Não, não tem nada a ver, o meu discurso não tem nada a ver com o deste senhor senão nas pausas, só por dizer que as pausas dele eram para escutar a conversa do outro lado do telefone.
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