Daqui a nada rumo para o Ginásio. Tenho umas certas saudades de me mexer, mas tenho mais saudades do chuveiro do antigo Ginásio. Ah...! Lá, a água escorre sem pausas, não dando espaço ao aborrecimento e à zanga. O trabalhar deste chuveiro dá-me zanga, dá, para quando quer, deve ser poupador, ecológico e essas merdas, o lavar do corpo e da cabeça não dá prazer nenhum, que tenho de estar atenta ao jorrar da água, intermitente e o caneco, a ver se me ponho lá debaixo no tempo certo. Quero lavar-me com esponja, passá-la em cada pedaço, vá lá, e quero esfregar o meu escalpe eficazmente, vá lá. Desejo, outrossim, um banho que me purifique, isto por conta de ter as mãos escurecidas por ter estado a vender 'preto de Itália'; 'nuvem fumo'; 'pó preto'. O mesmo produto e estes nomes todos. É um corante, simplesmente isso, um granulado que cora e tempera fundições, um produto assim como que do antigamente. Cora as mãos muito bem, esse pó italiano, muito bem mesmo, já me estou a imaginar daqui a nada na aula de Pilates, eu a estender as mãos e a professora a ficar horrorizada com a cor que tenho nelas.
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