... Mas não perdi a chave do carro. Não perdi, não senhores. Estava no fundo da mala, debaixo do forro. O cão ficou trancado no carro, enquanto eu ia fazer umas comprinhas rápidas, de última hora. Quando voltei espiolhei a mala, à procura da chave. E fiquei a achar que a tinha perdido. Que aflitivo é procurar debalde algo tão fulcral como a chave dum carro, com um cão radiante por me ver lá dentro, pulando dum banco pra outro. E eu que não encontrava a chave. Despejei a tralha toda no meio da rua, em cima dum vaso gigantesco que há por ali. Chocalhei a mala vazia. Ouvi um som familiar, a mala não estava vazia, afinal, o barulho era a chave tão procurada, a bendita escapulira-se por um bolso que está descosido, indo parar por baixo do forro. Oh céus. Passou.
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