segunda-feira, 1 de abril de 2013

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No lugar da musa há um novo quadro pendurado na parede. Tem um cristo redentor. Mas pouco. Em vez de ser como todos os cristos, este tem gatos ao seu redor, está de braços abertos como se estivesse a ser crucificado tal como consta nos livros, só que não há pregos espetados nem cruz nenhuma. Há gatos, para mais de meia dúzia, de volta dum cristo expressivamente sofredor. Os gatos assumem as mais diversas expressões, a uns noto-os condoídos para com as dores divinas, outros olham cheios de curiosidade para o admirador do quadro (neste caso, eu), outros perscrutam um céu imaginário, não estando portanto minimamente interessados em mais nada. O pintor apresentou os felinos em cores variadas, para a gente não se cansar. A tapar o sexo do cristo está algo felpudo, que não é o rabo dum gato, que não é o dorso dum gato, que não é a nuca dum gato. É mister tapar o sexo ao cristo.
Fornicação, procriação e religião,
parece que rimam,
mas não.

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