Sempre tive a mania de escrever imenso, já vem da infância. Há dias lembrei-me dum pedido de namoro que me fizeram quando andava na segunda classe.
O rapaz (cuja alcunha era Batata*, e sim, era um rapaz, nesse tempo os rapazes queriam namorar com raparigas...) deu-me um bilhetinho onde escrevera toscamente o pedido. Não lembro exatamente o que dizia (mas tenho pena!), só me lembro que tinha vários erros ortográficos, os quais detetei imediatamente. O mais gritante era o meu nome escrito assim: Jina.
Não curti a cena, não curti mesmo. De maneiras que a minha resposta foi uma folha de caderno inteira onde começo com um: 'ó meu menino, para já o meu nome não é Jina, é Gina' (a única frase que me lembro de escrever) e onde continuo por aí fora admoestando o moço, lembrando-o dos seus erros no meu (já então) modo pragmático e abrutalhado.
Portanto, escrevi um verdadeiro testamento e no fim disse-lhe que não, não namorava com ele.
Nos tempos seguintes andava pelo recreio a provocá-lo, cantarolando o refrão duma cantiga da Tonicha que dava na radio:
*«Batatinhas, miudinhas
a fritar, a fritar na frigideira!»
Oh pá... que mázinha!
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