segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Lugar da musa

Tão cheio, hoje, o lugar da musa. Nem parece que o dia está de chuva. Devido à densidade humana dei por mim a ler sentada no sofá negro. Lá, a luz é tão menor. Dantes não me fazia diferença, agora faz. Eu consigo ler, vá, mas a lugubridade perturba-me. Uma senhora atravessou o largo corredor e sentou-se no sofá defronte. Gemeu durante o curtíssimo caminho. Os velhos têm dores. Têm também o tempo deles mas não o dos outros. Observei-a reservadamente, por entre os meus apontamentos. Ela observava-me sem reserva. Depois falou, disse coisas, a expressão era algo zangada. Senti-me esquisita e lembrei-me duma cena que vivi há umas semanas. Podia dar-se o caso de ela ter boas intenções, não é. É.

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