segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Planta à janela

Hoje não há notícias do lugar da musa nem da árvore amarela, muito embora a vida tenha passado por aí. Mas a planta à janela. A planta à janela está alta e densa, antigamente não era nada assim, apresentava um ar cuidado, sim senhores, mas frágil.
Afinal há quanto tempo dura esta minha atenção, este meu amor...? Vou pesquisar.


Pesquisei. Foi há sensivelmente um ano que o namoro começou. Transcrevo a primeira vez que.

Saudades de quê? De escrever telegraficamente. Sim. De rabiscar nos papelinhos. Sim. Do café às duas da tarde. Sim. Do sublime café do lugar da musa. Sim. Da rua mais bonita de Lisboa. Sim. Da lavanda que espreita daquele muro. Sim. Da planta no vaso que está à janela. Sim. De deambular por Lisboa. Sim. De ver a temperatura e as horas no relógio da praça de Londres. Sim.
|20 agosto 2014|

Pensando bem, e melhor, transcrevo mas é todas as vezes que.

Planta à janela, dizia eu há bocado? Nem vê-la, agora. Cá pra mim a planta era posta ali por alguém que estava de férias e como as férias se acabaram, coiso.
|20 agosto 2014|
Não é que se veja a planta à janela, mas quase. Tirei esta foto porque olhei de repente e vi muitos recortes e muitas texturas e poucas cores. Gostei tanto. Clique.
|9 setembro 2014|
Observei a árvore amarela minuciosamente. Auscultei-a. Pois. Com estetoscópio imaginário, não é. É. Não evoluiu, nem uma só folhinha desponta, ainda.
Observei a planta à janela sem advérbios. Observei com o substantivo 'curiosidade'. Tem mais folhas do que no verão.
|19 março 2015|

Sem comentários:

Enviar um comentário