sábado, 5 de setembro de 2015

24

A rica filha faz anos hoje, 24. Portanto hoje tenho andado assoberbada com a preparação dos manjares que de celestiais não têm nada, sei lá eu se no espaço celestial há quem prepare manjares, ora essa. Então pronto, é isso, a rica filha faz anos, 24. E estou a preparar um post gigante onde, à semelhança como o que fiz no dia de aniversário do rico filho, a relembrarei indo buscar posts, muito antigos, antigos ou então não, acerca dela. Parabéns á rica filha, são 24.


Maternidade Alfredo da Costa
5 de setembro de 1991
1:00 da madrugada
Dei à luz um bebé do sexo feminino com 485 milímetros de comprimento, 3050 gramas de peso e mais uma série de coisas que não vou enumerar para não entediar os leitores, embora acrescente ainda que este bebé tinha aos pares tudo quanto era para ser aos pares.
Se no aniversário do mano escrevi acerca de algo que ele possui mais belo do que ninguém, à rica filha não tiram a glória do mais lindo sorriso do mundo, que eu não deixo, é dela.
De resto, a rica filha é um ser humano espetacular. Podia pôr-me para aqui a enaltecer-lhe as qualidades, mas não, fica assim, se ademais o que não falta neste blogue é posts acerca dela.
Parabéns à rica filha. São 23.
|5 setembro 2014|

Exclamei vivamente que a rica filha era parecidíssima com o pai numa determinada característica. Ela respondeu não menos vivamente que também é mórbida, como eu. Ia pedir-lhe um exemplo mas entretanto a coisa esfriou e ambas nos esquecemos de onde íamos, focando a conversa noutro assunto.
No dia seguinte, por via doutro assunto qualquer, que já não me lembro qual nem isso interessa, a rica filha, de semblante sério, declara:
– Temos de viver com calma, que vamos morrer daqui a muitos anos.
Faço um comentário insípido demais para caber neste blogue e pouco depois ela remata com uma questão:
– Então mãe, não reparaste que fui mórbida como tu costumas ser?
|16 maio 2014|

A rica filha comentou, ou lembrou, a mania que eu tenho de trocar consoantes e assim formar palavras estranhas.
- Como é que tu dizes pudim, mãe?
- Fudim.
Rimo-nos. A rica filha alvitrou que um dia mais tarde, daqui a centenas de anos, alguém vai encontrar o meu blogue e tentar provar que era assim que se escrevia em 2013…
|10 julho 2013

A rica filha publicou uma foto da cadela no fuçasbuque. Diz que os 'gostos' estão empatados com uma das suas melhores fotos.
- Então é sinal que é tão gira como tu.
Digo eu, toda despachada. A rica filha põe um ar sério e um niquinho desapontado e diz:
- Mãe, eu vivi no teu útero, podes ser mais carinhosa, por favor?
|12 maio 2013|

A rica filha diz que o que mais a atrai em ter um cão é que quando todos parecem odiar-nos ou não nos ligar importância, naqueles momentos terríveis que todos nós temos de suportar numa ou noutra circunstância, eis que um cão não nos larga, cheio de devoção, sem qualquer condição ou restringimento, independentemente de tudo.
|3 agosto 2012|

- Mãe, consegues parar o tempo?
Pergunta a rica filha debaixo duma evidente preguiça em rumar para o trabalho. Exponho-lhe francamente a vulgar ideia:
- Se tu quiseres o tempo para, na tua cabeça consegues ser e fazer o que quiseres.
Ela fita-me demoradamente e conclui:
– Mãe, esse assunto é bom para desenvolver, devias escrever um livro sobre isso.
Aconselho-a num repente:
– Lê o meu blogue, filha.
(A imaginação é tua. Na tua cabeça podes ser quem tu quiseres e pode acontecer-te o que achares melhor. Isto até ao momento em que a realidade dizima as ideias e destrona a imaginação. Irremediavelmente.)
|29 maio 2013|

Passei junto a um móvel e raspei com a barriga num dos cantos. Aleijei-me, mas coisa pouca, e friccionei a barriga levemente. A rica filha mirava-me atentamente. Preocupou-se:
– Aleijaste-te, mãe?
Disse que não, aquilo não era nada, não se ligasse. Ela ficou séria e olhou-me duma maneira esquisita. Depois disse:
– Eu vivi aí. Não é estranho? Como é que conseguiste aguentar? Como é que se aguenta um bebé dentro da barriga, mãe?
– Hum, tem de se aguentar. Entrou...
Ela faz um esgar de dor e repulsa, é tão sensível esta minha jovem filha...

No outro dia esqueci-me de dizer que aquando da visita ao hospital português, eu e a rica filha gingávamos sempre que o telemóvel dalgum utente, ou acompanhante, soava. Deve ter sido giro de ver, a gente a abanar o corpo ao ritmo desenfreado, ou então não, dum software tão em voga como um telemóvel.
Há cenas na minha vida que gostaria bastante de poder observar como sendo outra pessoa, esta é uma dessas ocasiões.
|29 julho 2015|

No outro dia a rica filha atrasou-se imenso e chegou depois da hora ao trabalho. À noite diz ela assim:
Ó mãe, o pior não é chegar atrasada e ter de enfrentar o meu chefe, o pior é não ter tido tempo para esticar o cabelo.
|6 abril 2015|

Enquanto espalhava o creme no rosto comentei com a rica filha que estendo a massagem até aos lóbulos das orelhas. Ela olha-me um tanto ou quanto horrorizada e diz:
'Ó mãe, eu ponho o excedente no pescoço e não venhas cá com coisas, isso é que é normal!'
|27 janeiro 2015|

Olá, bom-dia!
A rica filha está num emprego novo, e até ao fim do mês precisa da nossa boleia. Há dois dias que somos acordados assim:
– Pais...!
|24 setembro 2014|

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