terça-feira, 14 de julho de 2015

Olá, cá estou eu

Olá, cá estou eu. E as saudades imensas, não é. É. Ontem de manhã: raio-x. Hoje de manhã: análises. Amanhã: ecografia. Pergunto. Não sei. Ah ah. Ontem de manhã: senhor doutor montes de bem-disposto, ressalvo que eram nove da manhã, o dia começara pouco antes. Hoje de manhã: senhora doutora simpatiquíssima, ressalvando eu, desta feita, que era cedo, quase madrugada, nem digo a que horas me espetaram uma agulha na dobra do cotovelo, vai parecer insano. E que lugar mais sensível do meu corpo, oh céus. A dobra do cotovelo. Pois. Não, não temo as agulhas, se bem que uma agulha a furar o meu corpo não seja a melhor das visões, nem das sensações, só por dizer que um indicador alheio à procura duma veia escondida é coisa para me encher de vontade de rir, por conta das cócegas. E, se bem me parece, o 'socialmente' condena as gargalhadas em situações destas, não é. É. Mesmo eu estando defronte duma senhora simpatiquíssima, não é. É.
Mais tarde, depois do 'pressione aqui, dona Gina' da senhora doutora simpatiquíssima, fui sorver uma meia de leite e retraçar um pãozinho de cereais com manteiga. O 'sorver' e o 'retraçar' aparecem propositadamente, na minha prosa para levá-la ao exagero, fazer de conta que tenho a mania que sei escrever coisas giras e conheço paletes de sinónimos e expressões que ninguém usa ou jamais usará. Olarila. De novo uma menina atenciosa na minha frente. Já não é bem-disposta nem simpática. Está-se a ver que conheço efetivamente sinónimos à farta, não é. É. Não me perdi, nada disso, estamos ainda na pastelaria. Pois. A vida anda a correr-me tão bem, por ora. Até me lembro de pensar que o melhor da vida é a vida, nada de querer morrer, que é lá isso, raça de desejo mais estúpido, esse, sei lá eu se existe um outro mundo onde se possa viver assim.

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