quarta-feira, 15 de julho de 2015

De manhã

De manhã fui ver a árvore amarela e quase esquecia de dizer que passei por lá imprevistamente.
A árvore amarela já apresenta uma folha ou outra amarelecida. Afinal a Natureza não é lá muito esquemática, há sempre questões a desafiar esse rodar incessante chamado estações do ano. É o incerto, o desconhecido. O espírito.
Nada de me sentar no muro de pedra, antes num banco de jardim junto às meninas sem mãos.
Ver foto abaixo, em querendo.
O banco ao lado desse onde me sentei tem duas ripas pintadas num rosa choque e diz qualquer coisa que tem a ver com kisses, há inclusive um daqueles quadradinhos onde está desenhado uma espécie de labirinto e serve para a malta passar o telemóvel para ler aquilo e ir ter a um site qualquer e mais não sei o quê.
A oitava árvore do lado de quem desce a rua mais bonita de Lisboa está enorme, tem um dos ramos tão comprido que quase atravessa toda a largura da rua. Mas não. A árvore do lado oposto, portanto: a oitava árvore do lado esquerdo de quem desce a rua mais bonita de Lisboa, tem também um ramo muito comprido, que não atravessa tanto a rua, mas que se lhe nota esse desejo. Era giro os dois ramos crescerem tanto, mas tanto, que se tocassem. Pensando na cena de raspão até parece que se querem mesmo tocar. Pode ser que eu veja esse espetáculo quando lá passar outra vez, o que vai acontecer lá para o fim do mês. Ainda me passou pela cabeça tirar uma fotografia. Ainda tirei uma fotografia mas está tão feia, vê-se o caixote do lixo agarrado ao poste, mesmo no meio da rua, é o que salta à vista, quais ramos de árvore compridos e carradas de poesia nessa miragem, quais quê.
Vou deixar tudo isto durante uns dias porque vou de férias. Amanhã.


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