sexta-feira, 24 de abril de 2015

Ao terceiro café

Pumba, três cafés, é hoje que a minha cabeça rebenta. A dona Lurdes apareceu e ofereceu-me um café. É já seu costume. Não dispensei o café, que lhe sou – quase - irresistente. Gosto muito desta senhora, quiçá também lhe não resista, se bem que nem tanto no sentido da amizade, mas porque lhe noto uma solidão daquelas a que a vida obriga - viuvez, filhos afastados devido a circunstâncias familiares, vizinhança problemática. A dona Lurdes desabafa comigo, dizendo o que lhe vai na alma sobre questões íntimas. Ressalvo que são questões realmente íntimas. Não sou capaz de as expor no blogue e sei porquê - a sua solidão comove-me tanto que dou muita importância ao que me confidencia, portanto não consigo distanciar-me o suficiente.

2 comentários:

  1. Hoje consegui por, parte, em dia da leitura.
    Continua, como sempre, irreverente, atenta e com aquela grau de acutilância de que tanto gosto.
    Um beijinho.

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  2. Obrigada, Manuel. Acredite que gosto muito que encontre acutilância no que escrevo, que às vezes acho-me um bocado morna.

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