terça-feira, 31 de março de 2015

Cliente

Tenho uma cliente que tem a queixada de baixo um bocado saliente. Quero dizer: não é bem uma cliente nem é bem a queixada de baixo um bocado saliente, é outra coisa. Bom, afinal parece que não sei escrever. Acabar o dia com uma ideia derrotista não é lá grande coisa. A reviravolta acontecerá já amanhã, quando eu sonhar de olhos abertos com letras, eu a escrever debruçada sobre uma folhinha de papel, eu de caneta na mão, engraçado que nunca me sonho acordada junto a um teclado e sim agarrada a uma caneta e a uma folhinha, rabiscando afincadamente, belamente, que quando estou a sonhar de olhos abertos as histórias acontecem como eu quiser. Tenho uma cliente que tem a queixada de baixo um bocado saliente. Pois tenho.

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