sexta-feira, 13 de março de 2015

Aos treze de março de dois mil e quinze

:::: Sexta-feira, 13. Dia de azar, dizem. A ideia não me aquece a mioleira, quero lá saber dessa porra, tenho pena é de não ter a mesma sorte que tive há exatamente quatro semanas atrás, também uma destas sextas-feiras, 13, mas não, hoje estou de cornos mergulhados no estaminé, aguentando a vida, mais ou menos como fazem as pessoas normais.
:::: Posta-restante: há caixinha no armazém, sim senhores. As coisinhas que foram daqui meti-as lá todas. Couberam. Há horas felizes.
:::: Posta-restante: o tubinho de creme para as mãos acabá-lo-ei hoje, afinal. É mesmo um tubinho, baixinho, gordinho. Baixinho porque lhe corto a altura em não descendo o creme, tipo assim quando está no fim, pronto, corto-o ao meio e enfio lá os dedos. Raspo as laterais, começo por aí, e quando está tudo lambido toca de cortar mais um bocado à altura do tubo que vai ficando a cada dia que passa e a cada enfiadela de dedos mais pequeno, mais pequeno, baixinho, baixinho. Agora tem depositado no gargalo um pouquinho de creme, dá para uma vez, como aliás já tinha dito ontem.
:::: Dia de (disseram na Radio). Hoje é dia do sono. Dia Mundial do sono ou lá que é. Hum, ok, vá, este item é também uma espécie de posta-restante, que ontem já debitei uma ideia incipiente acerca do meu sono. Pois que agora durmo menos, muito menos. Deito-me por volta das onze e meia / meia-noite, como faço há anos, adormeço normalmente, sem dificuldade na maioria das noites, mas acordo às cinco da madrugada e a partir daí já pouco durmo. Quando acho que está na hora, levanto-me.
:::: Ontem não falei do lugar da musa, que desavergonhada... Pronto, ok, vá, agora é meio-dia e tal, daqui a pouco estou lá caída, a ver a malta, a escrever, sem ler. Há meses que não leio. Hum. Mas devia, considero que devia, seria como meter-me na vida da outra gente, isso é fantástico para esquecer as minhas coisas parvas, mas é que não tem dado para ler. Mesmo.
:::: Escrever nos moldes em que tenho escrito nestas duas últimas semanas é coisa para me fazer escrever sobre assuntos que nem sempre escrevo por pudor, ou ainda tomada por alguns sentimentos que nos moldes habituais, mais expositivos, seria incapaz. Sob esta perspetiva é estimulante não ser lida, não ser lida é libertador, oh se é. Posso vir dizer ao mundo inteiro: olha dói-me a cabeça pra caraças, ou dói-me os pés, ou tenho um problema, ou estou triste, ou quero morrer. Esse tipo de coisas. É efetivamente muito agradável estar incógnita e como que protegida.
:::: Tenho uma coisinha de ontem acerca do lugar da musa, o bolo de chocolate que cusquei num livro que estava na bancada. Inspecionei o elemento e ele mandou-me dizer que tem lá uma receita de bolo de chocolate que deve ser delicioso. É quase uma da tarde, não vou ter tempo para escrever o resto, por ora, vou almoçar e depois continuo.
:::: Cá estou eu. Quase quatro da tarde, agora. Vou então continuar do assunto e do ponto de há bocado. Dizia eu do bolo. Ok, vá, ontem dei com a tal receita, de seu nome 'Bolo de Chocolate com Requeijão', e entretanto veio-me à memória que conheço aquela receita de algum lugar, ouvi de alguém, ao vivo ou através da tv, não sei, mas recentemente tive contacto com aqueles ingredientes e aquelas quantidades. São elas:
250 gramas de manteiga amolecida
250 gramas de açúcar
6 ovos
200 gramas de requeijão
250 gramas de farinha
2 colheres de sopa de chocolate em pó
1 colher de chá de fermento em pó
A preparação há-de ser o costume, creio:
Bater a manteiga com o açúcar até ficar um creme branco.
Juntar os ovos, um a um. Bater entre cada adição.
Peneirar os ingredientes secos e juntar à massa, mexendo cuidadosamente.
Levar ao forno em forma untada e enfarinhada durante aproximadamente 40 minutos. Desenformar e rechear. Ou então não.
E é no momento em que escrevo a primeira frase do parágrafo anterior que me lembro onde vi esta receita pela primeira vez, foi numa revista que estava no gabinete da Carminho. Enquanto ela me apalpava e/ou esfregava os pés eu passava os olhos pelas receitas que estão nas revistas que ela lá tem.
:::: Lugar da musa. As gajas do costume chegaram depois de mim. Não gosto do olhar que uma me dirige, interessado mas frio, cá para mim é inveja. Às vezes há umas pessoas que.
:::: Um homem consegue despir uma mulher somente com o olhar. É uma sensação peculiar e pontual. Conheço-a, mas eu gostava mesmo era de a situação se me apresentar ao contrário. Isso é que era.
:::: Seis e tal. Até amanhã. Até amanhã, sei lá eu, ao fim-de-semana sou preguiçosa para apontar os pensamentos e depois esqueço a maioria. A registar: hoje é sexta-feira. Até quando eu quiser, então.

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