sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

E a voraz cidade...

... E a voracidade continua, a de escrever desinteressantemente – não confundir com desinteressadamente, por favor – e assim me lanço nesta arte de descrever elaborada e longamente o que está dentro da minha carteira, a qual tem duas partes, dois fechos, dois... Pronto, é dupla. Sou imensamente artista nas letras, já se vê.
Na primeira parte - não forçosamente a mais importante mas é que tenho de começar por alguma das partes – estão três moedas de um cêntimo e um – um, não, o, porque é definido – o botão das minhas calças, o qual ainda não preguei porque sou mesmo desleixada. Além do desleixo, creio que o fecho das ditas está estragado, o cursor está sempre a deslizar e a arejar-me a área, não se sustém, portanto na iminência de o melhor caminho para este par de calças que me acompanha ser o caixote do lixo, será debalde o pregar do botão. Isso e o lavar das calças no fim-de-semana que começa já amanhã.
Na segunda parte – não forçosamente a menos importante e blás – há o cartão do supermercado que começa por um éme, nada melhor que um desses sempre à mão, e aqui me detenho, que não quero cá publicidades; há o cartão do banco do meu colega, bom, o meu colega não possui um banco, apenas uma conta bancária, nesse cartão figuram: o nome da instituição; o contacto telefónico para o geral; o contacto telefónico para o direto; dois endereços para aceder a sítios na Internet; o contacto para sms, isto na frente, e no verso: o número da conta; o número de identificação bancária e o iban, que não escrevo por extenso por ignorância, sei lá eu decifrar em palavras o que quer dizer iban, ib pode ser instituição bancária, está bem mas e o resto. Esqueço. Tem ainda mais umas letrinhas e mais uns numerozinhos que não revelo por preguiça. Há um papelinho muito, muito giro e muito, muito interessante que mostra uns dedos pintados a caneta, a pintura são caras risonhas, umas com pestanas longas, também as há com colares, óculos, lenços. Todas as caras se apresentam risonhas. Tem de ser. Pudera, então aquilo é a publicidade da loja das pizas, melhor desenhar as 'pessoas' felizes. Este papelinho anda aqui desde dezembro, nessa altura fiz até um post alusivo ao assunto, ah um dia eu faço isto e mais não sei o quê, queria copiar a ideia e tirar fotografias e pôr no blogue, queria e quero, por isso é que o papelinho anda ali. Só que não. Ainda não deu, ora porque me esqueço, ora porque não dá jeito, ora porque não quero. Um dia desenvolvo isto. Há dois pacotes de açúcar, um meu e outro do meu colega, dos cafés desta manhã, a gente não usa açúcar, vai daí guardo e levo para casa, em casa uso. Há a listinha mal-amanhada das compras que tenho de fazer amanhã. Amanhã, às oito e meia estou lá à porta, que agora não durmo, e como não durmo, pronto, coiso. Tenho de comprar noz-moscada em bolas, gengibre em pó, cebolinho seco. São especiarias que uso habitualmente, e se para mais estão em promoção, vai ter de ser.
Vou trazer açúcar amarelo, pois vou, esta semana vai ter de ser. Vai ter de ser, outra vez a escrever vai ter de ser. Que origin... Deixa lá. É que a semana passada já era preciso mas depois acabei por não comprar.
Hei-de comprar spray tira-nódoas, igual ao item anterior, a semana passada já blás e mais blás.
Faz-me falta papel higiénico e rolo de cozinha. Assim de repente fica tão mal estes dois artigos agrupados desta maneira mas no supermercado estão no mesmo corredor, afinal de contas o material assemelha-se.
Já quase não tenho detergente para a máquina da roupa, ou para a roupa, não sei, às vezes acho mesmo que não sei escrever. É para a roupa, só pode ser para a roupa porque é para a lavar, a máquina por si só não tem qualquer interesse no detergente. Se já quase não tenho, melhor comprar, então.
O rico filho avisou-me 'ó mãe, eu preciso de desodorizante e lâminas para a barba'. Eu respondi ao rico filho 'está bem, filho, a mãe no sábado traz'.

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