quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Boa tarde!

Acho que este é o último post de hoje. Às tantas. Deixo a mesma imagem de manhã mas agora com uma carga de cor em cima, para ficar diferente. Deixo a imagem lá em baixo porque sobrevalorizo as palavras, se comparadas com imagens.
Pois que já ocorreu o grande intervalo. Primeiro almocei. Arroz de pato. Raramente o almoço me faz bem, estou todos os dias ansiosa, a hora e a perspetiva propicia esse estado. Alcancei o banco quase sem saber como. Depósito de tanto, conta tal, como está a senhora. Pena não ter encontrado a senhora secretária do senhor doutor do consultório da avenida como da outra vez, que assim dava-lhe logo ali a faturinha, como da outra vez em que a encontrei por ali assim, na mesma fila que eu. Não se importa que eu lhe dê a faturinha aqui, pois não, é que escuso de lá ir. Não senhora, ora essa, dê-ma cá. Mas não. Isso, como já disse, foi da outra vez. Atingi o lugar da musa. Café do bom. Café do melhor, na verdade. Cabeça a estalar. Então e o escrever agora para aproveitar o estalo, como é. Hum. Pouco. Retiro-me, pesarosa. Não sei que tenho, estou sempre triste. Devo ser mais estúpida do que quero admitir. Não tenho motivos para esta triste mas estou. Ao meu lado há pessoas dedicadas, oh se há. Mas estou imensamente triste. O imensamente cabe aqui, a medida é essa. Há todo um rol de questões que não percebo, escrever não as soluciona mas ocupa-me a cabeça. Saio para a rua e vou até ao consultório dos tais que falei há pouco. O senhor doutor vinha a sair com mais duas doutoras de fato saia-casaco. Não me reconheceu, portanto não me cumprimentou. Não faz mal, senhor doutor, deixe lá isso. Subo as escadas e cumprimento a dona secretária, que aperta os lábios pela surpresa de me ver ali, é que quando os trabalhos são no escritório, pois bem, ela tem conhecimento, passa lá a vida, agora quando é no lar do senhor doutor não tem meio de saber, não é. É. Meto a faturinha na mão da dela, isto já depois de desfeito o trejeito da boca e digo-lhe adeus. Desço escadas e num dos átrios espreito pela janelinha com portinhola de ferro. Vê-se o jardim, dali, gosto tanto. Aspiro o vento que entra pela fresta. Cheira bem. Enlouqueço um bocado, não está ninguém a ver-me. Acho que é por isso, sempre se encolhem os gestos e as emoções que não se consideram bonitos e próprios de pessoas sãs, não é. É. Percorro uma vez mais a avenida, agora no sentido contrário. Bem que me dedico à árvore amarela, mas por enquanto continua desnuda. É inverno, ainda. As outras árvores que no outro dia descrevi em dois posts desinteressantes estão no mesmo estado. Desnudas. Avanço. Sinto-me esquisita, a vida é dispensável. Sério, oh: a vida é dispensável. Note bem: a vida é perfeitamente dispensável. Depois cheguei aqui, ao lugar soturno, e escrevi este post dispensável, como são todos.
Rascunhos tenho muitos, ainda, tenho também a cabeça cheia deles, não dou conta disto. Nem vou contá-los.

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