sábado, 1 de novembro de 2014

Sem título

Sem título, pois, que nome dar a um post que ainda não sei como vou construir...? Ao fim-de-semana é assim, não tenho o despacho necessário para ir construindo um ou dois ou dezenas de posts.
Levantei-me para ir pôr o resto da louça na máquina e já cá estou outra vez.
Por exemplo, é verdade, porque não escrever das coisas que me acontecem dentro de casa?
Dentada numa fatia de bolo de iogurte feito com farinha integral e açúcar amarelo ( e outras coisas, claro) que fiz há dois dias e que, curiosamente, ainda dura.
Aspirei o papel higiénico. Um pedaço, quero eu dizer, passei com o cano perto do dispensador e pumba. Devo ter perdido cinco cêntimos. Não eu tenha feito as contas, mas pronto, deve andar por aí.
No bolo também pus sementes de papoila, andam-me aqui a brincar dentro da boca. Finco-lhe os dentes, esmago-as.
Dei umas migalhinhas de bolo à cadela.
Aspirei o saco do lixo. Quando o retirei de dentro do tubo caíram ao chão cascas de cenoura e pedaços de couve lombarda.
Assim de repente não me lembro de mais nada.
Ah, no supermercado o peixe fresco, o congelado é mais fresco ainda, estava com cinquenta por cento de desconto. Claro que o pessoal estava todo concentrado nos balcões do peixe. Por causa disso os corredores estavam vazios. Por causa disso demorei-me imenso a ver rótulos de artigos que comprei e de muitos mais artigos que não comprei. Por causa disso percebi que é mais demorada a leitura de rótulos dos artigos que não costumo comprar.
Tenho uma foto. Tenho uma foto. Tenho uma foto. Tenho uma foto.
Não sei a ponha mesmo aqui por baixo, para ter tudo a ver, se a coloque no fim.
Note-se o uso de verbos diferentes, mesmo querendo dizer a mesma coisa, com o intuito de não maçar o leitor com repetições tolas.
A foto fica lá em baixo. Mais importante escrever, muito mais. Até porque a foto não tem graça nenhuma, vale pelo momento que vivi. Entrei numa loja de roupa e escolhi as peças que queria provar. Perguntei ao senhor se podia entrar com tantas coisas. Ele respondeu: pode, são cinco não é? Contei-as. Devagar. Disse: são, e ri-me (por fora) e questionei-me como é que ele sabia quantos cabides eu tinha retirado dos expositores (por dentro). Experimentei as coisinhas. Nada capaz. Oh. Tirei uma foto porque achei um piadão ao cabide onde pendurei os cinco cabides. Hum, na verdade tirei duas, mas só uma é que vai estar lá em baixo.
...
Agora é que estou mesmo perdida, sem assunto. Sem assunto não se deve escrever. Ponto de interrogação. Não há melhor assunto para escrever do que o de falta de assunto. Ponto de interrogação. E em relação àquela coisa que se chama 'encher chouriços'. Ponto de interrogação. Será que não devo escrever parvamente. Ponto de interrogação. Será que devo, ora essa, quero lá saber, puta que pariu. Ponto de interrogação. Escrever parvamente é tão mais libertador que escrever sensatamente. Ponto final. Grande afirmação. Enorme. Presente.
Intervalei o escrever para alindar a foto com o Picasa. Clareei-a, aureolei-a, suavizei-a.
Registar as horas não é muito sabedor. Não serve. Se bem que registar as horas disto e daquilo faz com se memorize mais coisas das instâncias da vida. As horas. Há um filme com esse nome. É bonito e esquisito. Tem a escritora Virginia Woolf metida na história, história essa que se desenrola mais ou menos como o livro 'Mrs Dalloway' dessa autora. O livro é melhor. Diz que o livro é sempre melhor que o filme que se faça a partir do livro. Não sei se é sempre, mas neste caso é.
Hoje vi um pedaço do filme 'Streaptese'. Gosto de uma canção que ouvi no filme: 'Little Bird', Annie Lennox. Maravilhosa. Vai estar lá em baixo. De tudo. Da foto. Do texto. Também podia carregar o vídeo da Demi Moore a dançar ao som desta canção e coiso. Mas não.
As horas. Vinte e uma e quarenta e nove. Boa noite.
Ah, caraças pá, então olha que coisa, quase esquecia: novembro começou hoje. Um do onze. Ah ah. Boa noite.


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