segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Mirones

O casal que estava no consultório estava aflito para ver as horas.
A senhora não via porque não via, o seu telemóvel era um modelo antiquíssimo, do tempo em que ainda só se fabricavam com os números pequeníssimos, um tempo em que o pessoal mais velho ainda não aderira em massa a essas modernices e portanto não se pensava lá muito nas pessoas que já não veem tão bem assim.
O senhor porque o doutor lhe pusera os pingos para dilatar as pupilas e ser facilmente observado e vai daí coiso, pumba, via mal.
Entretanto lá conseguiram saber, isto quando eu já me ia propor para os informar das horas que eram. Eram cinco e três.
Entretanto pôs-se-lhes outra dúvida. Teriam já acertado o relógio? Ou será que ainda tinha a hora antiga?
Pois. Ah pois. Tivessem eles um aparelho cemarte, daqueles que se altera bai íme selfe...
Socorri-os. São cinco e pouco, são.

Sem comentários:

Enviar um comentário