Vou descrever a dor que tenho há dias. Comi um iogurte e começou-me uma dor de cabeça, a qual se intensificava cada vez que me ria, falava ou me levantava do lugar onde estava, subir escadas, isso então, era um suplício. Fui dormir e enquanto dormia a dor passou. Acordei. A dor não passara, que dor do caraças, zunia algo cá dentro. Tomei um comprimido, é assim que faz o pobre, não há outro remédio senão trabalhar. Devia ter tomado dois, a dor era mais forte do que eu queria admitir. A sirene atenuou mas não deixei de a ouvir por completo durante todo o dia. Aguentei. Fui dormir e blás. Acordei e verifiquei que me sentia igual à manhã anterior. Tomei um comprimido mas devia ter tomado dois. Tenho a mania que sou estoica, heroica e outras coisas que não acabam em óica mas igualmente épicas, e a verdade é que não me queixo a ninguém, tomo os comprimidos sem que me vejam. Tenho a mania que sou pobre, que tenho de viver com dores e males que facilmente se eliminam. Não sou lá muito inteligente. Comi musse de chocolate. Burra, mil vezes burra. Quando ando nestas fases, há coisas que não posso comer, além do chocolate - comi chocolate -, alguns tipos de queijo - comi queijo -, e iogurtes - comi... iogurtes... Fui dormir e coiso. Acordei e tal. Ao acordar a dor era menos intensa do que nas vésperas. Não tomei comprimido nenhum. Se há dores que tenho com frequência são as de cabeça, principalmente ao acordar, só por dizer que nem sempre me tenho de vergar à toma de comprimidos, normalmente aguento-me e espero que passe e geralmente passa. Desde aí, contam seis dias hoje, tenho-me sentido um tanto ou quanto doente. Diz que a culpa é do tempo. A culpa é sempre do tempo. Mesmo. Neste tempo nublado, quando parece que o céu vai desabar, a ideia que me dá é que vamos ficando com menos espaço, o céu vai caindo por cima de nós, esmagando-nos as cabeças. Isso dói.
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