Já houve casório. Este é o capítulo três ou lá que é.
No dia do casório, de manhã, estive um bocado desocupada uma vez que o casamento era à tarde e eu tinha tudo adiantado e despachado, roupas, banhos e afins. Também tive mais tempo porque no evento não havia o passo 'ir ter a casa da noiva', todos sairiam de suas casas em direção à quinta onde se realizaria a cerimónia e a boda.
Só que... E há sempre uma coisa destas, a minha mãe, que estava hospedada na minha casa por estes dias, queria tanto mas tanto ver a noiva antes do resto da festa. Fomos para lá, afinal. A noiva tinha avisado que não queria choradeira e que ela própria não iria chorar, que era um dia de felicidade e não queria ver lágrimas nenhumas, mas assim que a minha mãe a avistou largou a chorar. Pois é, eu cá não chorei. Pois é, ela ia-se desmanchando quando quase ao fim da festa discursou, agradecendo a vida que pais, avós, principalmente os paternos, restantes familiares e amigos lhe proporcionaram, que todos fomos importantes na sua formação. Mas não chorou, durante o discurso a voz embargou-se-lhe por três ou quatro vezes mas conteve-se estoicamente.
Agora que escrevo de choros no casório e isso assim, me lembro do seguinte: o meu irmão ia de óculos escuros e a dada altura, ao percorrer com a filha a passadeira vermelha que terminava no altar, a assistente do fotógrafo de serviço pediu-lhe que retirasse os óculos. Ele retirou... E limpou as lágrimas.
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