sexta-feira, 30 de maio de 2014

Tratamento

Olha eu feita pessoa fixe e comunicativa a dizer à senhora do banco:
Ainda bem que está livre, assim venho ter consigo em vez de ir para a máquina.
Olha a senhora do banco feita funcionária simpática e despachada a responder-me:
Fez muito bem, assim sempre falamos.
Olha eu ainda feita disso de ser fixe e parecer que gosto pra caraças de falar:
É melhor a gente lidar com pessoas do que com máquinas.

Ela mandou-me um sorriso daqueles de prestabilidade simpática.

Espero ter conseguido mandar-lhe um desses sorrisos de pessoa extremamente comunicativa e, portanto, mesmo mesmo mesmo fixe.


Posta-restante
Como é sabido, cada um conta as histórias como quer. O episódio acima relatado, se relatado a frio e cruamente, não seria assim, nem pouco mais ou menos. Ainda que o que escrevi não seja mentira nenhuma, limei arestas e puxei o lustro aos pontos que quis. Coisas de quem escreve, ou de quem conta histórias. O que aconteceu, sem colocar pós de perlimpimpim, é que eu vi a bancária sem ninguém e dando-me um rasgo de misericórdia tola e descabida quis dar-lhe trabalho, ocupá-la, pois a pobre, de tanto os clientes usarem as máquinas de depósito, um dia desses será dispensada e lembrei-me que a minha escolha possa eventualmente adiar essa data.

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