terça-feira, 27 de maio de 2014

Próxima vez

Olha eu para o homem do talho:
– Não faça como fez da outra vez...
Olha o homem do talho para mim:
– Não me diga que da outra vez me portei mal consigo...?
Olha eu para o homem do talho:
– Pois, cortou as costeletas muito grossas e deixou tudo mal-amanhado.
Olha o homem do talho para mim, juntando as mãos em prece, ensanguentadas e com resquícios de chicha ainda crua:
– Ah, peço imensa desculpa!
Vai daí, levei para casa umas costeletas muito aprumadinhas, sim senhores, finas, niveladas e sem cortes oblíquos e desnecessários.

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