terça-feira, 29 de abril de 2014

A casa doutrem

A senhora já esteve em minha casa...

|eu| |já estive em casa dele| |hum|

Mas se calhar já não se lembra...

|eu| | já não me lembro...?| |ora bem|

Moro no número y, sabe...

|Hum-hum, sei, estive pois, não uma vez só, duas ou três, creio, estive inclusivamente nos seus aposentos, caro senhor, enquanto o meu colega lhe afinava a fechadura do roupeiro. Afinação feita houve outra vez em que fomos até ao wc, ver torneiras e isso, tirei uma foto, ou duas, sei lá, falei dos cremes da senhora no blogue, publiquei a foto, acho que tem verde, verde-água, ou lá que é, pertence ainda ao meu antigo blogue. Entretanto, talvez num outro dia, não sei, estou na sala de entrada, olho a grande via lisboeta através da sua janela, vejo betão, caixilhos e gente, dias depois escrevo e publico um texto onde exponho a largueza da área e o coloco a falar comigo, coisa que não aconteceu, mas podia acontecer, que o senhor tem um à-vontade absolutamente extraordinário, daí me ter sido fácil construir uma cena mais ou menos ficcionada, logo eu que nem gosto lá muito de inventar.|

– Dois esfregões de arame, foi o que disse?

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