terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Chapéus

Agarrou com vontade numa chapeleira ovalizada e mostrou-ma, toda orgulhosa. Sorte a dela que arranjou casualmente uma interlocutora interessada. A chapeleira estava de facto bem conservada, com os vivos lisos, sem desgaste, os fechos como se lubrificados amiúde fossem, e lá dentro chapéus, uns quatro ou cinco, todos antiquíssimos e conservados com o mesmo cuidado. Segurei num deles e rodei-o nas mãos, referindo que era dum modelo intemporal. Ela concordou e comentou que usá-lo-ia, ou usá-lo-á. Julga que me importo?, disse. E eu lembrei os piolhos e a caspa.

Sem comentários:

Enviar um comentário