segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A estrada

Trinta e dois; ponto; três (32.3) diz a tabuleta à beira da estrada. Inclina-se muito, tanto que parece falar:
«Olá, bom-dia, eu sou o trigésimo segundo quilómetro e aqui vou no tricentésimo metro.»
Como se as tabuletas falassem. Bah.
Agora dava-me jeito que a poesia descesse em mim para conseguir embelezar a imagem, convertendo-a numa linda prosa que encantaria qualquer um, mas neste momento essa imagem não passa duma tabuleta inclinada que me dá os bons-dias e se faz presente, tanto que fala e tudo, se bem que apenas na minha cabeça.

A estrada de que falo é a 250, liga Caxias a Sacavém (ver aqui), é antiga que se farta, mas devido à alteração e acrescentamento de vias foi sendo cortada em vários locais. O troço que melhor conheço é entre Sacavém e Belas.

Depois, por pesquisar estradas e mais não sei o quê, lembrei-me duma canção antiga. Quando era miúda gostava muito desta canção, achava fantástico alguém pôr uma estrada a falar, que se efetivamente as estradas tivessem alma sofreriam horrores quando abandonadas. Achava fantástico o discurso duma estrada e ainda acho. Deixo vídeo.


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