sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Dormir

O adormecer é do melhor que há nesta vida. Para não sentir. Na verdade estou adormecida. Para não sentir, estou adormecida. Não há lembrança de adormecer. O limbo sustenta-me, sou embalada e pumba, adormeço. Do clique que ocorre quando passo a fronteira entre o estar acordada e o estar adormecida não tenho memória.
Tenho memória das pernas quentes nos lençóis frios, do quanto isso me apraz e desestabiliza, porquanto sou algo desequilibrada, do aconchego duma almofada cheirosa, dos cobertores imensos, pesados. Isto é para sentir. Ainda acordada. Dormir. Dormência. Insensibilidade. Inconsciência.

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