sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Breve história dum chapéu pingando

A senhora do banco está de chuva. Não, na rua é que chove, e não é pouco. Entrei no dito banco, onde não chovia, de chapéu a pingar, disposta a pôr cobro aos pingos em chão tão limpo. Por ali havia dois cilindros com ar de chapeleiro. Perscrutei um deles, tinha uma espécie de tampa onde estava inserido um cinzeiro e através da abertura lateral deu para ver que continha lixo. Este não é, pensei eu. Perscrutei o outro, não tinha tampa e deu facilmente para ver que continha lixo. Este também não, conclui em pensamento. Questionei a senhora. Onde raio ponho o chapéu, 'miga?
Não sabia.
É que os dois contêm lixo, já viu?
Confessou-se envergonhada, mas não sabia, não é formada em decor. Encostei o chapéu ao balcão e marimbei para a poça de água que se iria criar. Não sou formada em boas maneiras.

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