quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Porta a porta

Venho aqui mostrar-lhe umas coisinhas. Não leve a mal, agora para o Natal dão jeito.
A minha cabeça responde que 'não quero nada' e as minhas mãos voltam ao trabalho.
Mas não paga nada para ver, olhe aqui.
A minha cabeça diz que 'não quero, obrigadinha', e as minhas mãos voltam ao trabalho.
Agora para o Natal, são coisas bonitas, perfumes, ora cheira lá.
A minha cabeça a conter a raiva diz que 'não quero e já disse uma data de vezes que não quero comprar nada', e as minhas mãos voltam ao trabalho.
Dois ou três minutos depois estou a escrever. Vejo uma sombra na entrada do estabelecimento e o equipamento deixa-me ver um par de jeans e uma camisola que reconheço, a estatura convence-me que é o vendedor ambulante de há pouco. Para que ele me veja inclino tanto o corpo para um dos lados que a minha cabeça pende e sorrio levemente para mandar o aborrecimento embora. Ele faz um oh para fingir que se havia enganado e sai.
Volto a escrever.

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