sexta-feira, 27 de setembro de 2013

A azeitona

Ao almoço rolou uma azeitona do prato que me aterrou no colo e, pensava eu, teria seguido viagem até ao chão. Mas não.
O restauro feito, fui cumprir as ordens, depósitos bancários e assim, naquele novo banco, onde tudo é novidade para mim.
– Tudo bem com a senhora?
A senhora era eu. Admiração e surpresa, talvez eu espelhasse essas emoções, pois eram decerto as que sentia. 'Porra, isto aqui é mesmo fino...Ou então querem cativar a nova cliente ou assim.' Pensei, enquanto respondia o trivial. Abri a mala e descobri uma azeitona no fundo. Pois, isso mesmo, a azeitona que rolara do meu prato uma meia hora atrás, afinal aterrara dentro da mala. Bem sei que podia tê-la oferecido à simpática bancária. Mas não. Depositei-a sorrateiramente num cantinho dum daqueles expositores com prospetos publicitários de produtos financeiros. Fiz dois depósitos, portanto.

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