segunda-feira, 8 de julho de 2013

Papel vegetal

Lisboa, numa papelaria qualquer. Um homem vende-me dez folhas de papel vegetal com um ar desmesuradamente bem-disposto e irónico. Diz coisas como:
'Ah, papel vegetal?! Veja lá, papel vegetal... Parece incrível que eu tenha papel vegetal, sabe… Mas tenho!'
Abre muito a boca, os gestos são amplos e destemidos, olha-me sem sombra de timidez. A bem dizer não percebo se faz troça ou apenas brinca, encontra-se na fronteira entre um e outro, para aí. Lembra o Jaime da farmácia, de quando eu ia lá acima comprar comprimidos para as dores da minha mãe. Só por dizer que eu já não tenho oito anos, ai não tenho, não, ‘migo…

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