terça-feira, 2 de julho de 2013

Ô

Dona Adelina cumprimenta a sô dona Alda e pergunta pelo marido ao que esta responde que está mais ou menos. 
Dona Adelina, a positivista da cunha, diz que mais ou menos é muito bom, mais ou menos já é muito bom. 
Depois chega à baila a sô dona Ema e o lar para onde foi viver, como se está dar, de como é bem tratada e outras inerências, tais como os beijinhos de boas lembranças que manda para todos. 
Sô dona Alda tem pena de não ser artista pois iria para esse lar que apenas acolhe os (supostamente) livres no espírito. 
Dona Adelina pondera a ideia no seu interior enquanto conta da entrevista que deu para entrar num lar um dia desses, aquele dia fatídico que os velhos temem; o dia em que não se moverão capaz e dignamente.

Este post existe principalmente por causa da palavrita ‘sô’, essa abreviatura distintiva, que atua hierarquicamente, uma espécie axiónimo, creio. Dona Adelina era costureira; sô dona Alda era escriturária duma categoria elevada; sô dona Ema era pianista.

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