sábado, 6 de julho de 2013

Cerejas como a conversa

Cerejas como a conversa, quero eu dizer que vou conversar acerca de cerejas.
Hoje de manhã, no quiosque do senhor António, estava uma cliente retirando cerejas de dentro da caixa de madeira. Aguardei. Entretanto fui vendo como ela se movia. Retirava dois ou três pedúnculos de cada vez, portanto em cada viagem quatro a seis cerejas eram postas no saco. Respeito. Os gestos eram os de alguém que não está habituado a pôr a mão na comida, ou pelo menos, não destemidamente. Lentidão. Credo, que aflição, nunca mais me despacharia se fosse esperar pela dita senhora. Digo mais: a mulher tinha era medo de pôr a mão. Oh céus. Deixei-me de coisas e pus-me a aviar o meu saco. Era um quilo de cerejas que eu queria.
Veja lá se já tem um quilo, senhor António.
(Tinha. Dois euros e oitenta.)
Então e o seu pessoal?
Estão todos bem, obrigadinha.
Então cumprimentos ao seu pessoal.
Obrigadinha.
Bom fim-de-semana.
Bom fim-de-semana.

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