segunda-feira, 17 de junho de 2013

17 de junho de 2013

Nunca fiz anúncio no blogue mas há uns tempos enviei cinco microcontos para um passatempo da Sical em que seriam escolhidos vinte microcontos para aparecer nos pacotes de açúcar. O dia em que se saberia quem venceu foi hoje. Não venci. É claro que tinha uma esperançazinha, é claro que não andava muito convencida que ia ser escolhida, é claro que não pensava muito nisso para não me empolgar, é claro que algum dia ‘não’ teria de ser o primeiro, é claro que não estou muito dececionada, é claro que outras oportunidades existirão.
E agora deixo os microcontos que enviei, não são novidades no blogue mas como os modifiquei um pouquinho para ‘caberem’ nas regras do concurso, aqui os deixo.


Feio Pedido

Pedi ao padeiro que me aviasse um pão feio, e referi que queria um pão feio porque os feios são sempre mais amorosos e atenciosos. Ele corou imensamente, a sério, ficou mesmo vermelhão.
Não entendo as pessoas, nem sei porque me debato na construção dum micro conto onde as mesmas me são imprescindíveis.


Ele e Ela

No supermercado ele inspeciona a banca de queijos, deleitando-se com o aroma, atentando nas cores e estado da cura.
Ela deambula, resignada. O olhar é baço, a postura reflete cansaço, daí o desassossego.
Ele, com um êxtase infantil, pergunta:
- Queres levar?
Ela olha-o com uma seriedade desconcertante e responde com uma pergunta leviana:
– Aonde?


Nomes no consultório

Chamaram a Adelina. Rimas. A Adelina e a Juventina levantaram-se da cadeira.
Gosto de escrever 'A Adelina', gosto de ver os Ás juntinhos, sem estarem erradamente nessa posição. É como se o afastamento lhes trouxesse infelicidade e eu, esta boa alma, soubesse o que fazer para manter essa infelicidade longe daqui. A Adelina.


Narizes

As narigudas são amigas. Uma baixa; outra alta, como se quer; como convém. Os narizes em comum, quero eu dizer, que nas relações pessoais é necessário pontos tocando-se, ainda que ligeiramente.
Ficava mais bonito chamar afinidades a este caso dos narizes a tocarem-se mas não mexo mais para não estragar.


Solidão

Nascemos sozinhos, morremos sozinhos. E também vivemos sozinhos, só por dizer que de vez em quando há umas pessoas que nos fazem companhia. Umas sabem fazê-la melhor que outras, é tudo uma questão de sorte. Meramente. Ou então é coincidência, estamos todos à mesma hora, no mesmo lugar.

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