terça-feira, 2 de outubro de 2012

Quase amor

Tive um quase amor.
Era meu primo direito.
A minha tia fazia gosto,
a minha mãe não se manifestava
mas estava quase lá,
quase dada a essa vontade.
Morreu;
o primo morreu.
Acabaram os desejos
e os vislumbres familiares.

«A miúda da varanda de baixo observa atentamente o rapazito que passa lá em baixo, carregado com sacos de compras de supermercado. A mãe ralha com ele, pois havia desobedecido escolhendo um caminho de piso irregular. A mãe (dela) não ralha com ela porque não está a ver a cena, se estivesse não ralhava, cumprimentava os vizinhos pais e daria uma maior atenção ao rapazito, perguntando: ' então, estás bom, ó genro?'
É por isso que a miúda o observa atentamente, pergunta-se se estará apaixonada por ele daqui a alguns anos.»

2 comentários:

  1. Esse poema é quase trágico. Espero seja ficção e liberdade poética.

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  2. Não é ficção, Manuel. E foi mesmo trágico.

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