terça-feira, 30 de outubro de 2012

Era assim

A nova bancária viu-me rubricar a folha de depósito. Ainda não me reconhece, a pobrezita. Curiosa, perguntou se sou filha ou mulher ou o quê. Tudo por causa do guê. Porra, pá, aquele nome nem é meu nem nada... Quem manda não me deixar estar com a minha casta?
Se bem que há vantagens. Recém-casada, umas das primeiras vantagens foi no centro de saúde, quando as senhoras conhecidas viram o guê mostraram logo um interesse desmesurado na minha pessoa, mas quem é a menina, não conheço, é filha?
Mas logo vem o pensamento derrotista: raios partam isto do nome, cedo descobri que se fosse tratada com deferência isso dever-se-ia ao nome. Uma chatice... Eu não interesso para nada, o foco é sempre o marido e o pai, assino com um guê e pronto, siga a vida. Bah.

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